Quatro pessoas foram detidas em flagrante nesta sexta-feira por cortar folhas de guaricanga, nativa da Mata Atlântica, que seriam vendidas a floriculturas para fazer coroas e arranjos.
Cerca de 3 mil folhas, 146 quilos da planta, já haviam sido cortadas quando a operação conjunta da Polícia Ambiental, Guarda Civil Municipal e subprefeitura de Paranapiacaba chegaram à trilha da Mãe Diná, em Paranapiacaba.
Uma pessoa que estava de olheiro do grupo conseguiu fugir. Foram detidos o autônomo Márcio Gomes de Paula, 29 anos, o metalúrgico Fábio Alves, 32, o ajudante de montagem Marcelo Gomes de Paula, 30, e o desempregado Adriano de Paula Gomes, 30.
O grupo é de Rio Grande da Serra, levava marmitas e estava preparado para passar o dia todo no local. Segundo informações do grupo à PM, floriculturas pagam R$ 0,25 a cada dez folhas da planta, mas os detidos se recusaram a informar para quais estabelecimentos a venda seria feita.
A operação é comum em feriados prolongados no local. O objetivo é evitar que as pessoas façam trilhas irregulares, acampamentos e uso de drogas nas trilhas da vila.
“O material apreendido é como o palmito, demora de 3 a 5 anos para produzir”, explica o sargento da GCM Marcos Borges. “A natureza demora muito tempo para recuperar o que foi retirado e o desmatamento deixa o solo descoberto, o que causa deslizamentos”, afirma a agente ambiental da subprefeitura, Cristina Garrido. O material apreendido, segundo Cristina, provavelmente será utilizado para fazer adubo.
Foi a terceira apreensão do ano de folhas de guaricanga. Na área administrativa, os detidos receberam uma advertência e terão 30 dias para regularizar a situação junto ao DEPRN (Departamento Estadual de Proteção aos Recursos Naturais) e firmar termo de compromisso de recuperação ambiental.
Caso não seja cumprido o prazo, há multa. Por ser área de conservação ambiental, é o DEPRN que decidirá as medidas a serem adotadas (plantar árvores, doar mudas). Na área penal, a detenção pode variar de 1 a 5 anos. (Supervisão de Illenia Negrin)