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'Tenho muita confiança no meu trabalho', diz Luciano Dias

Com quatro acessos nos últimos oito anos, treinador
chega ao Santo André respaldado por bons trabalhos

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
04/11/2015 | 07:00
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Anderson Silva/DGABC


Superar a desconfiança do torcedor e montar equipe que seja capaz de subir para a Primeira Divisão do Campeonato Paulista. Estes são alguns dos desafios que o técnico Luciano Dias, apresentado ontem, terá no Santo André. Com quatro acessos nos últimos oito anos, o treinador chega respaldado por ótimos trabalhos e influência em grandes clubes, como o Grêmio, pelo qual atuava como coordenador das categorias de base. No Ramalhão, porém, terá de lidar com um dificultador: a falta de dinheiro.

A receita para driblar as adversidades, segundo Dias, é fazer um planejamento adequado, ter bom entendimento com a diretoria, capacidade para extrair o máximo do grupo de jogadores e determinação, que ele assegura ter de sobra.

Calmo e bem articulado, o técnico crê que seu trabalho não fica devendo para nenhum dos grandes treinadores brasileiros e rasga elogios a Felipão e Roger Machado, seus ex-companheiros de Grêmio.

O que te fez aceitar o convite para treinar o Santo André?
Meu ciclo como coordenador técnico da base se encerrou. Voltei a ser treinador e fazer o que mais gosto. Fui para o Grêmio para atender a um pedido especial do Felipão, que foi meu técnico. Uma experiência muito boa, mas já faz parte do passado. Aceitei o convite porque o Santo André é uma equipe de tradição, de camisa, que sempre briga pelo acesso. Esses são motivos importantes e vim para agregar. Vai ser difícil a Série A-2, mas tenho muita confiança no meu trabalho.

Você conhece bem a Série A-2, conquistou três acessos com o Botafogo-SP (2008), Noroeste (2010) e São Bernardo (2012), além de subir o Guarani para a Série B do Brasileiro (2008). O que espera para 2016?
Tenho acompanhado a Série A-2 há muito tempo. A cada ano vai ficando mais difícil tanto por conta das equipes que descem (da Série A-1), que são tradicionais, como as que sobem da Série A-3, que chegam com força. O nível aumenta e a dificuldade também. Cabe a nós nos preparamos melhor, ter afinidade com a direção e planejar para montar uma equipe bem competitiva.

Como foi para você ter trabalhado com técnicos como Felipão e Roger Machado?
Agregou muito para a minha carreira esta passagem. Ter trabalhado com esses dois treinadores foi importante. Virei técnico em 2004 e nunca tive tempo para fazer reciclagem, já que os cursos são em dezembro, quando estamos em pré-temporada. Nunca fiquei parado, sempre tive muitos convites, então nada melhor do que estar em uma equipe grande como o Grêmio para apreender tanto com o Felipão, com toda sua capacidade, como com o Roger, meu amigo. Jogamos juntos, pude acompanhar seu trabalho e ver que não tem nada de especial. No futebol, o difícil é fazer o simples. Tem de fazer e fazer benfeito. É o trabalho do dia a dia que dá resultado, antever problemas, já que erros vão acontecer. Tem de ter tranquilidade de saber o que estamos fazendo. Aquilo que venho praticando na minha carreira não está longe do que os grandes técnicos estão fazendo. Sou incansável, crítico, cobro minha equipe. No futebol vivemos de vitórias e isso que mexe comigo.

Na sua avaliação, seu trabalho se assemelha mais com o do Felipão ou com o do Roger?
São estilos bem diferentes, não podemos comparar. Felipão é um técnico vencedor, experiente, tem uma visão aguçada, capaz de perceber detalhes do que está acontecendo com cada atleta. Roger é jovem, vem aplicando novas ideias no treinamento que estão dando resultados nos jogos, somos contemporâneos, temos apenas cinco anos de diferença – o técnico do Grêmio é mais novo, tem 40 anos –, jogamos juntos e tive oportunidade de conversar muito com ele agora. É uma linha de trabalho que faz parte da minha característica e que mais se assemelha com o que pratico.

Existe a possibilidade de trazer algum jogador da base do Grêmio para o Santo André?
Lá tem bons jogadores, mas creio que o Grêmio irá aproveitá-los. São atletas de potencial, que possivelmente farão parte do grupo principal na próxima temporada.

Como projeta a formação do elenco do Santo André para 2016 e a chegada de reforços?
Tivemos uma breve conversa com a diretoria. Agora o trabalho será diário, vamos nos comunicar, analisar as situações e buscar jogadores para montar um elenco muito forte, competitivo para fazer uma grande campanha na Série A-2.

Como você vê o limite imposto pela Federação Paulista de 28 jogadores no elenco?
O planejamento tem de ser perfeito. O problema é que muitas vezes acompanhamos o atleta durante um, dois anos, vê que ele rendeu e chega aqui ele não corresponde. Isso acontece. Cabe a nós ter atenção, ser criterioso em relação aos nomes, ter informações do momento atual do atleta. Isso é uma regra para todos. Tem de tirar o máximo do grupo que foi formado. 




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