Quarenta e oito pessoas, entre elas mulheres e crianças, morreram nesta segunda-feira num atentado a bomba seguido de um ataque de homens armados a um mercado da cidade de Mahmudiyah, ao sul de Bagdá, um dia depois de uma jornada sangrenta no Iraque, que deixou 50 mortos.

O ataque em Mahmudiyah irritou autoridades xiitas, que denunciaram uma nova agressão contra sua comunidade, após o ataque suicida de ontem em Tuz Jurmatu. "Dois carros-bomba explodiram. Depois, houve quatro disparos de morteiro e homens armados abriram fogo contra a multidão no mercado de Mahmudiyah", informou o general Abdelaziz Mohamed, numa entrevista coletiva em Bagdá.

Depois das explosões e dos obuses, Modhafar Jassem, um ferido interrogado no hospital de Yarmuk, contou que viu "pelo menos seis carros com 20 homens armados e encapuzados”. “Eles bloquearam os dois extremos da rua e abriram fogo. Havia mulheres, crianças e idosos."

O atentado aconteceu um dia depois de uma jornada em que houve três atentados, um deles suicida e que deixou 28 mortos num café da cidade de Tuz Jormatu: 25 xiitas turcomanos e três funcionários curdos do café.

Embora ainda se desconheça o balanço étnico ou religioso do atentado em Mahmudiyah, o deputado xiita do CSRII (Conselho Superior da Revolução Islâmica no Iraque), Jalal Eddine Al-Saghir, deu destaque para a "marca dos baathistas". Segundo Al-Saghir, o atentado aconteceu em 17 de julho, aniversário da chegada ao poder, em 1968, do partido Baath, do presidente deposto Saddam Hussein.

Os membros do grupo radical xiita de Moqtada Sadr (30 deputados) chegaram a boicotar a sessão ordinária do Parlamento para protestar contra a matança, comentou o deputado Bahaa Al-Araji, segundo quem "há muitos xiitas entre as vítimas".

Mahmudiyah fica na zona chamada "triângulo da morte", devido aos ataques realizados por rebeldes sunitas contra as forças de ordem e os civis, incluindo os xiitas que viajam para as cidades sagradas de Najaf e Kerbala, mais ao sul.