O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, anunciou nesta quarta-feira, em Jerusalém, que Londres será sede, em fevereiro ou março de 2005, de uma conferência sobre o Oriente Médio. A cúpula será consagrada às reformas da Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Blair, em entrevista conjunta com seu colega israelense, Ariel Sharon, disse que o principal objetivo da conferência é ajudar os palestinos a se converterem em "verdadeiros sócios da paz", com a instauração de instituições democráticas. "Esse é o objetivo da conferência e espero que o alcancemos", acrescentou Blair.
Já Sharon disse apoiar a cúpula, mas avisou que não participará dela. Segundo o premiê, a discussão será sobre temas palestinos e, por isso, não há razão para que Israel mande representantes oficiais.
De acordo com o premiê britânico, a conferência de Londres servirá para preparar os palestinos para a retomada das negociações com Israel, depois que entrar em prática o plano de Sharon para uma retirada da Faixa de Gaza.
O chefe de governo britânico disse que o plano deve servir à aplicação do Mapa da Paz, um plano internacional que prevê a criação de um Estado palestino independente na Cisjordânia e na Faixa de Gaza já a partir de 2005.
No entanto, Blair acrescentou que "as negociações não serão retomadas e não se alcançará a paz sem o fim do terrorismo".
"A ausência do terrorismo permitirá a criação das condições necessárias para uma solução negociada do conflito no Oriente Médio", acrescentou o premiê. "Não se trata de impor algo aos palestinos, mas de trabalhar junto a eles."
"Sem um verdadeiro sócio dotado de instituições democráticas, de uma economia e de serviços de segurança eficazes, não será possível aplicar o Mapa da Paz", disse Blair.
Sharon sublinhou que só volta à mesa de negociações com o fim do terrorismo. "Se houver um cessar total (do terrorismo), minha porta estará aberta para o Mapa da Paz."
"Não se trata de fazer um esforço contra o terrorismo, e sim de conseguir um verdadeiro retorno à calma", acrescentou Sharon, que acusou a Autoridade Palestina de não ter feito nada até o momento.
No entanto, Sharon afirmou que poderia "retomar o diálogo" com a direção palestina depois das eleições de 9 de janeiro, que escolherão o novo presidente da Autoridade Palestina, em lugar de Yasser Arafat.
O premiê israelense reiterou sua determinação de colocar em prática seu plano de retirada, de acordo com o "calendário previsto".
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