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Scania vira plataforma exportadora
Por Antonio Rogério Cazzali
Do Diário do Grande ABC
25/02/2005 | 14:08
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A fábrica de São Bernardo da Scania do Brasil foi escolhida pela matriz da empresa, na Suécia, como a plataforma de exportação para mais de cem países do chassis K-310 para ônibus equipado com motor eletrônico, menos agressivo à natureza e usado em médias distâncias.

O novo chassis começou a ser fabricado neste mês e cumpre determinação da norma Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente), com base no estatuto ambiental europeu Euro III, que limita a emissão de poluentes e a propagação de ruído dos motores a diesel. Segundo a legislação brasileira, neste ano, 40% dos motores a diesel entregues ao mercado já deverão vir na configuração eletrônica, número que terá de subir para 100% no próximo ano.

De acordo com o gerente executivo de vendas de ônibus da Scania no Brasil, Wilson Pereira, o motor eletrônico já equipa os caminhões da montadora desde o final de 2004 e agora chega ao segmento de ônibus. Segundo ele, a Scania decidiu entrar definitivamente no nicho de motores para média distância no ano passado, quando apresentou ao mercado o motor K 94 (com gerenciamento ainda mecânico), equipamento que antecedeu o K-310.

A boa qualificação da mão-de-obra do Grande ABC, bem como a adequação da fábrica local aos padrões de produtividade de outras plantas da companhia no mundo, foram fundamentais nessa escolha. Segundo Pereira, o K-310 tem potência que vai de 230 a 310 cavalos e tem como aplicação os segmentos de turismo, fretamento e rodoviário de curta distância (trajetos rotineiros menores ou iguais a 200 Km).

Segundo ele, a meta de vendas desse chassi no mercado interno neste ano está estipulada em 200 unidades, número que deverá ser superado. Isso porque a montadora, nos primeiros dias de comercialização, já conseguiu vender 135 unidades em vários pontos do país. “O que tem chamado a atenção dos compradores é o maior torque e o cumprimento dos parâmetros ambientais”, disse o gerente. Cada chassi tem preço estipulado em R$ 158,8 mil. Ao chassi, deve ser acoplada a carroceria – com custo que pode variar de R$ 170 mil a R$ 200 mil – fabricada por empresas especializadas. A fábrica da Scania de São Bernardo conta com 2,4 mil trabalhadores e tem capacidade de produção anual para 20 mil unidades, 16 mil caminhões e 4 mil ônibus.

Como explicou o gerente, o motor foi desenvolvido na Suécia, onde a companhia estuda outros combustíveis e fabrica ônibus movidos a gás natural e metanol. Segundo ele, o diesel ainda é o combustível que mais se adapta à realidade brasileira para o segmento de transporte coletivo. A Scania fornece ônibus movidos a GNV para a Austrália. Porém, para o Brasil isso ainda não dá certo. “O problema é disponibilizar o GNV em vários postos do Brasil. O custo operacional ainda é alto.”



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