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Compra de carro usado exige cuidado
Por Vagner Aquino
Do Diário do Grande ABC
17/09/2011 | 07:30
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Tiago Silva/DGABC


As facilidades, a grande oferta de modelos e a necessidade do paulistano de ir e vir com mais conforto levam muitos consumidores a um único caminho: à compra de um carro. Mas, diante de tantas ofertas, o que fazer? Qual comprar? Como fazer esta escolha?

De acordo com Vitor Meizikas Filho, gerente da Molicar e especialista no setor automobilístico, o primeiro passo é ter foco. "É importante que o potencial comprador saiba qual o tipo de veículo que necessita, caso contrário, uma dica é pesquisar em feirões e shoppings de automóveis, onde são encontrados todos os tipos de carros e sanadas todas as dúvidas que o cliente tenha."

ORÇAMENTO - Já para Paulo Roberto Garbossa, consultor automobilístico e diretor da ADK Automotive, deve-se priorizar o tamanho do bolso. "O ideal é não deixar a emoção falar mais alto do que a razão", argumenta.

Segundo ele, o cliente deve pensar num carro que atenda suas necessidades. "Para quem, diariamente, leva os filhos à escola, por exemplo, é aconselhável optar por um modelo com quatro portas", exemplifica.

Partilhando da mesma opinião, Antônio Cesar, consultor técnico da Oficina Brasil, defende que o gosto pessoal deve ser combinado ao tipo de uso que o veículo será destinado. "Quem acabou de tirar a carteira de habilitação deve optar por um carro popular como um Volkswagen Gol, um Fiat Mille ou um Chevrolet Celta, por exemplo, porque além de pequenos, estes veículos têm manutenção barata. Sobretudo, não oferecem tanta agilidade como um modelo 1.8 ou 2.0, o que pode ser até perigoso em alguns casos", defende.

Segundo os especialistas, alguém que usa o veículo para trabalhar precisa do mínimo de conforto, como ar-condicionado, direção hidráulica e vidros elétricos. Para quem viaja bastante, é recomendado um automóvel mais potente, no intuito de ser mais ágil na estrada. Já se a família for grande, o ideal é um modelo maior, sobretudo se tiver crianças, pois agora - com a lei que exige a fixação de cadeirinhas - é necessário espaço interior.

 

É necessário pensar além dos valores das parcelas

Com tudo isso em mente, é preciso pesquisar. Mas não basta levar somente o preço em consideração, "junto com o carro vem o IPVA, o seguro, as revisões. A prestação pode caber no bolso, mas às vezes o comprador não consegue fazer a manutenção que o veículo necessita e tudo acaba naufragando", salienta Antônio Cesar, consultor técnico da Oficina Brasil.

Antes de fechar o negócio é importante pesquisar todos estes itens. Deve-se prestar atenção no pós-vendas, checando os preços de peças de reposição em concessionárias e no mercado paralelo. Sem contar o seguro que, "se for muito caro, entende-se que o carro é muito visado, ou que, numa eventual necessidade, pode haver demora no reparo, com peças caras ou difíceis de encontrar", alerta Vitor Meizikas Filho, gerente da Molicar e especialista no setor automobilístico.

Decidido o modelo, é hora de saber se vale a pena optar por alguns mimos, como sistemas de segurança, trio elétrico e rodas de liga leve, por exemplo. Para o consultor automobilístico e diretor da ADK Automotive Paulo Roberto Garbossa, nos carros que custem, em média, R$ 25 mil, esses itens só são interessantes se forem de extrema necessidade, pois não farão diferença na hora da revenda. Porém, se o carro custar entre R$ 55 mil e R$ 60 mil, tornam-se imprescindíveis. "Quem paga este valor por um carro exige tais itens de comodidade e isso gera valor agregado muito alto", enfatiza. Trocando em miúdos, o cliente pode economizar na compra, mas o prejuízo é certo na hora da revenda.

Este é outro ponto que deve ser pensado antes mesmo de comprar o zero-quilômetro. Hoje em dia o brasileiro já compra um carro pensando em vender, e, de acordo Meizikas, este é o certo. "É indicado entrar em contato com algumas revendas para saber se determinado modelo tem boa aceitação no mercado", esclarece. Mesmo porque o carro desvaloriza, em média, 15% já no momento que cruza a porta de saída da concessionária. Então, muita pesquisa e boa compra.




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