Economia Titulo Após paralisação
GM aceita manter acordo em Gravataí

Operários de São Caetano seguem posição de não negociar flexibilizações; greve é descartada

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
05/02/2019 | 07:17
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A GM (General Motors) e o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí decidiram manter os termos do acordo coletivo da categoria vigentes até 2020 para a planta localizada em Rio Grande do Sul. Os trabalhadores, que chegaram a ficar paralisados por três horas na sexta-feira, rejeitaram 21 medidas propostas pela montadora em relação à flexibilização de direitos. Em assembleia realizada no mesmo dia, os funcionários de São Caetano também votaram pela manutenção do acordo e à não negociação da pauta com 22 itens que envolvem a retiradas de direitos trabalhistas.

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, ainda não há mais informações se a empresa deve aceitar o pleito dos operários. Por enquanto, está descartada a greve. “Eu já falei que não vou negociar nada porque temos acordo vigente. Inclusive, nossa decisão está respaldada pela assembleia. Ainda não sei se eles devem aceitar esta decisão.”

No sábado, a montadora norte-americana anunciou que está negociando condições de viabilidade para investimento de R$ 10 bilhões no período de 2020 a 2024. “Continuamos trabalhando com os sindicatos, concessionários, fornecedores e governo com o objetivo de viabilizar este novo e adicional investimento de R$ 10 bilhões nas fábricas de São Caetano e São José dos Campos”, ressaltou Carlos Zarlenga, presidente da GM para a América do Sul. Em sua fala, o executivo não inclui a planta de Gravataí para receber os novos aportes, o que poderia facilitar acordo na cidade.

Mesmo confirmando a negociação com a fábrica de Gravataí, a GM ponderou, em nota, que “a pauta entregue ao sindicato continuará a ser negociada e concluída até o término do presente acordo.” A empresa não deu mais detalhes sobre as negociações na planta do Grande ABC.

Para o coordenador de MBA em gestão estratégica de empresas da cadeia automotiva da FGV, Antonio Jorge Martins, o anúncio reforça o posicionamento de que dificilmente a empresa se afastaria do mercado brasileiro. “Demonstra que ela está buscando melhores condições de competitividade, que se dão através de menores receitas e menores custos”, afirmou.

ESTADOS UNIDOS - Ontem, o jornal New York Post teve acesso a documento da GM que previa o corte de 4.000 empregos de executivos nos Estados Unidos. Também há rumores de fechamento de fábricas no país e no Canadá. Questionada, a GM afirmou que o tema se refere àquela região e não ao Brasil. 




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