Segundo a rede do Catar, o Ministério da Informação do Iraque, sem "qualquer justificativa", avisou que o repórter Diyar Al Omari (correspondente em Bagdá) estava "proibido de exercer seu trabalho de jornalista" e que Taysir Alluni (outro profissional da Al Jazeera) recebeu a ordem de sair do Iraque "o quanto antes".
A TV disse que "lamenta" a decisão "surpreendente e injustificada" do governo iraquiano.
Apesar da suspensão do trabalho de todos os correspondentes no Iraque, a TV Al Jazeera anunciou que continuará a divulgar imagens ao vivo e gravadas provenientes de seus escritórios em Bagdá, Basra (sul) e Mossul (norte).
Novos tempos - A sede da Al Jazeera na capital iraquiana parecia contar, às vezes, com um espaço privilegiado por parte das autoridades locais para a transmissão de imagens dos pontos bombardeados. "Onde está Al Jazeera?", perguntou recentemente o ministro da Informação, Mohammad Said Al Sahhaf, quando conduzia um grupo de jornalistas por um palácio presidencial bombardeado.
O tratamento diferenciado era retribuído com a divulgação na TV dos pronunciamentos do presidente Saddam Hussein e das coletivas de imprensa de outras autoridades iraquianas na capital desde o início da guerra, em 20 de março.
A rede Al Jazeera dispõe de oito equipes no Iraque e é a única presente em Basra, ao sul, cidade cercada pelas forças anglo-americanas. Desde o começo da guerra, as imagens da emissora ganharam o mundo, retransmitidas por várias outras redes, incluindo a americana CNN, proibida de trabalhar em Bagdá.
O grande salto da emissora do Catar ocorreu na ofensiva norte-americana contra o Afeganistão, após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. Exercendo para o mundo árabe um papel semelhante ao da CNN na primeira Guerra do Golfo (1991), Al Jazeera virou sinônimo de contraponto nas coberturas de crises envolvendo o Oriente Médio.
A TV árabe ainda se tornou uma espécie de 'porta-voz' do líder saudita Osama Bin Laden, acusado pelos Estados Unidos de promover os atentados contra Nova York (World Trade Center) e Washington (Pentágono). Todos os pronunciamentos secretos de Bin Laden e dos líderes do extinto Talibã eram passados com exclusividade à Al Jazeera, que retransmitia as imagens ao resto do mundo.
Na segunda Guerra do Golfo, a emissora do Catar despertou a ira norte-americana ao exibir imagens de sete militares aliados que foram feitos prisioneiros pelo Exército iraquiano.
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