Setecidades Titulo Dia mundial de prevenção
Casos de suicídio têm alta de 58,9% entre 2010 e 2015

Passou de 73 para 116 número de moradores da
região que tiraram a própria vída no período

Matheus Angioleto
Especial para o Diário
10/09/2017 | 07:00
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André Henriques


 O Grande ABC registrou alta de 58,9% nos casos de suicídio entre 2010 e 2015. No período, passou de 73 para 116 a quantidade de moradores da região que tiraram a própria vida, conforme levantamento da Fundação Seade. Hoje, considerado dia mundial de prevenção ao problema, especialistas alertam para a gravidade dos índices entre as sete cidades e orientam sobre a necessidade de estar atento aos sinais demonstrados pelos indivíduos com pré-disposição à morte voluntária.

Em Santo André, cidade com maior número de casos, o índice de suicídios no período analisado mais que dobrou: passou de 14 para 35 (alta de 150%). Já em São Bernardo, o aumento foi de 42,1% (subiu de 19 para 27 ocorrências). São Caetano, por sua vez, triplicou a estatística: cresceu de três para nove.

Em Mauá, a alta foi de 120% (passou de dez para 22 ocorrências). Já em Ribeirão Pires os casos saltaram de dois para cinco casos. Rio Grande da Serra, onde foram observadas duas ocorrências em 2010, não teve dados de 2015 fornecidos pelo sistema. Na contramão, Diadema foi a única cidade que registrou queda, de 23 para 18 episódios (-21,74%).

Professor de psiquiatria da Fasm (Faculdade Santa Marcelina), Bernardo Anducci Rahe destaca que, a cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio. No Brasil, a média é de 30 casos por dia. “O suicídio é multifatorial. Vão acontecendo coisas nos campos psicológico, social, genético, e isso vai se formando. Não é algo que surge do nada.”

O pedido de ajuda pode ser feito por meio do CVV (Centro de Valorização da Vida), que existe há 55 anos. No Grande ABC, o equipamento está presente em São Bernardo, Santo André e São Caetano.

SUPERAÇÃO

Quem vê a proprietária de pet shop e estudante de Medicina Veterinária Marineide Maria Gomes, 42 anos, nem imagina que ela quase entrou para as estatísticas de morte voluntária. Devido ao vício em cocaína e crack, a moradora de Ribeirão Pires chegou ao fundo do poço e, por diversas vezes, tentou se matar. “A droga te deixa tão insano, que você não pensa que vai deixar os filhos e a família sozinhos. Você só quer acabar com a dor”, revela. Foi justamente a presença da família que fez com que ela se recuperasse. “Sou grata a Deus pelos meus filhos e pelo meu marido”, considera ela, que está longe do álcool há 13 anos e, há cinco, das drogas.




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