Automóveis Titulo
O que já era bom ficou melhor
Por Marcelo Monegato
Enviado a Itupeva
03/03/2010 | 07:00
Compartilhar notícia


Antes tarde do que nunca. Aproximadamente um ano e meio após estrear nas telas brasileiras como sucesso de crítica junto aos especialistas, a Ford finalmente traz para o mercado nacional a segunda geração do Focus com motor 2.0 Duratec 16V Flex, que estará disponível nas 420 concessionárias da marca em todo o Brasil a partir do fim do mês. O propulsor completa a gama de opções do modelo, que em dezembro ganhou o bloco Sigma 1.6, também bicombustível.

Além do motor, outra boa notícia são os preços do Focus, que tiveram redução média de 3% em relação à versão com propulsor a gasolina. A configuração de entrada, GLX com transmissão mecânica de cinco velocidades, parte de R$ 56.570 (hatch) e R$ 58.570 (sedã). A versão topo de linha, Ghia com câmbio automático sequencial de quatro marchas, custa R$ 69,9 mil (hatch) e R$ 71,9 mil (sedã).

O propulsor Duratec que equipa o Focus é produzido no México e pertence à mesma família Duratec que empurra o EcoSport, porém com algumas pequenas modificações. A principal delas, de acordo com Klaus Mello, engenheiro responsável pelo desenvolvimento de novos produtos da montadora, é o coletor de admissão variável. "Com essa e outras alterações tivemos um ganho de força de até 10% em baixas rotações (entre 1.000 rpm e 2.500 rpm), melhorando as arrancadas e retomadas", explica.

Com o novo coração, o Focus passou a gerar até 148 cv de potência a 6.250 rpm e torque de 19,5 mkgf a 5.250 giros, quando abastecido com álcool. Segundo dados da montadora, atinge velocidade máxima de 205 km/h e vai de 0 a 100 km/h em 10,4 segundos (câmbio manual/álcool). Já o consumo misto (cidade/estrada) é de 12,9 km/l (gasolina) e 8,2 km/l (álcool), também nas versões equipadas com a nova caixa manual de cinco velocidades IB5, produzida em Taubaté (SP), que substitui a antiga MTX, feita na França.

CONTEÚDO - Podemos dizer que a versão básica não é tão básica assim. Traz bom recheio. A GLX vem de série com direção eletro-hidráulica que tem três opções de configuração (normal, conforto e esporte, selecionadas pelo computador de bordo), rodas de liga leve de 16 polegadas, air bag duplo, faróis de neblina, freios a disco nas quatro rodas com ABS, EBD e CBC (controle de frenagem em curvas), trio elétrico, ar-condicionado e CD player com MP3, entre outros.

A versão Ghia traz tudo isso mais teto solar elétrico, sistema de ignição sem chave, ajuste elétrico de altura e lombar (manual) do banco do motorista, sistema de som My Connection com comando de voz em português do Brasil (antes tinha sotaque lusitano), sensor de estacionamento traseiro, revestimento dos bancos em couro e ar-condicionado digital. A cereja do bolo são os três anos de garantia.

Resta agora à Ford trabalhar firme e arregaçar as mangas para fazer do reconhecido Focus não apenas um sucesso de crítica, mas também de bilheteria.

Expectativa é de crescimento

O Focus sempre foi um bom carro, mas nunca conseguiu traduzir a fama positiva em números expressivos de vendas desde que aqui chegou.

Em seu primeiro ano cheio de segunda geração, o Focus fechou 2009 na quarta posição entre os hatches médios, com 16.701 unidades emplacadas, segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). A versão sedã foi a sétima em seu segmento, com modestos 9.349 emplacamentos.

Com a chegada dos motores 1.6 e 2.0 flexíveis, Adriana Carradori, gerente de marketing de produto da Ford, acredita que 2010 será mais favorável. "Não falamos em expectativa de vendas, mas esperamos estar entre os primeiros."

Mas a missão será difícil. Até a primeira quinzena de fevereiro, o líder entre os hatches médios era o Hyundai i30, com 3.780 vendas, contra 1.921 do Focus. Entre os sedãs a situação é pior: apenas 944 emplacamentos.

Desempenho do hatch agrada

Para degustarmos o novo Ford Focus 2.0 Duratec 16V Flex, o Diário realizou agradável test drive pela região de Indaiatuba (SP). O primeiro contato com o carro não trouxe nenhum entusiasmo, afinal, por fora o Focus não mudou nada - mantendo as modernas linhas do DNA Kinetic da marca. Por dentro, também as novidades foram ínfimas e discretas, mas positivas.

Optamos pelo hatch versão Ghia com transmissão manual de cinco velocidades. No trecho de estrada, o comportamento foi positivo. As retomadas, quando exigidas nas ultrapassagens, corresponderam satisfatoriamente, mesmo em quinta marcha. A 100 km/h, o conta-giros cravava 2.500 rpm. O silêncio no habitáculo merece elogios.

No perímetro urbano constatamos a maior agilidade do Focus. Destaque positivo para a transmissão IB5, que fala o mesmo idioma do motor, não apresenta buracos e tem engates precisos. Ênfase para o acionamento da embreagem, que ganhou em maciez. "A redução no esforço do pedal foi na ordem de 15%", explica Klaus Mello. A suspensão muito bem acertada - uma das características marcantes - complementa a boa dirigibilidade.

A vida a bordo também é positiva. Com medidas generosas, cinco ocupantes de estatura mediana viajam sem problemas. O acabamento é de qualidade. Os controles estão à mão - apesar de não precisarmos, já que a Raquel (apelido do sistema de comando de voz) atende às solicitações com precisão.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.

Mais Lidas

;