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Alimentos seguram avanço da inflação
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
08/07/2011 | 07:07
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Orlando Filho/DGABC


A inflação de junho para as famílias com renda entre um e 40 salários-mínimos não foi tão suave como o mercado financeiro previa. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou, ontem, que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo subiu 0,15%. Na segunda-feira, o Banco Central publicou, por meio do Boletim Focus, que a expectativa média do mercado era de subir 0,05%.

O resultado proporcionou aos consumidores a maior inflação acumulada em 12 meses, de 6,77%, desde junho de 2005; ano em que o resultado foi de 7,22%. E o limite estipulado pelo Conselho Monetário Nacional como saudável à economia brasileira foi superado. A meta de inflação é de 4,5% em um ano, com teto de 6,5%.

Além do poder de compra diminuir, tendo em vista que os preços subiram no mês passado, e os salários não, o consumidor deve perceber um aumento nos juros. Como o governo tem objetivo de segurar o avanço dos preços, deve elevar a taxa básica de juros Selic neste mês.

O coordenador das pesquisas de juros da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, Miguel Ribeiro de Oliveira, acredita ser inevitável nova alta no custo do crédito. “O governo vem tomando uma série de medidas e aguarda ainda parte do impacto delas. Houve alta nos depósitos compulsórios, majoração nas entradas de financiamentos de veículos, elevação do Imposto sobre Operações Financeiras e nos juros. Mas devemos ter mais medidas neste ano”, avaliou.

A desvalorização do dólar frente ao real teve contribuição positiva para que a inflação não fosse maior, disse Oliveira. “Apesar de as exportações terem sido prejudicadas com isso, o governo conseguiu segurar um pouco a inflação.”

MÊS - O resultado do IPCA em junho foi o menor do ano. No entanto, a inflação de 0,15%, foi superior ao mesmo período do ano anterior, em que não houve variação da média dos preços.

O IBGE informou que o grupo alimentos e bebidas foi o responsável pela desaceleração do indicador frente a maio, cuja inflação atingiu 0,47%. A variação média desse conjunto de produtos foi negativa em 0,26%, contra alta de 0,63% do mês anterior. Dentro do grupo, a batata-inglesa ficou 11,38% mais barata e a cenoura teve queda de 16,31% no preço. As frutas baratearam, em média, 5% e as hortaliças 4,6%.

Os transportes também apresentaram relevante contribuição para segurar o índice, com queda de 0,61%. E foram os combustíveis que mais puxaram esse grupo. O IBGE registrou quedas de 8,84% no etanol e 3,94% para a gasolina.

FORA DA MESA - Os preços dos produtos e serviços incluídos no grupo de não alimentícios (0,28%) apresentou redução ante maio (0,42%), mas ficou superior à inflação de 0,15%.

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Clima frio faz roupas da estação ficarem mais caras

A chegada do inverno no mês passado causou maior demanda nas vendas de roupas, principalmente de frio, como o esperado. Esse cenário foi comprovado pelo IPCA de junho. Os vestuários tiveram inflação de 1,25%, maior variação entre os grupos do indicador.

As despesas pessoais e os cuidados com Saúde e pessoais variaram, em média, 0,67% em junho. A alta dos planos de saúde, de 3,59% em média, e dos remédios, de 3,99%, tiveram maior peso dentro do grupo de Saúde. E o cigarro, com encarecimento médio de 4,76%, puxou a lista de despesas pessoais.

O grupo habitação figura em seguida com 0,58%. No entanto, desacelerou em relação a maio, cujo registro foi de 0,97%.

O grupo artigos de residência acelerou em relação ao mês anterior, passando de 0,09% para 0,42%. E os gastos das famílias com educação elevaram 0,11%, contra quase estabilidade de 0,01% em maio.

O grupo comunicação apresentou deflação em junho. Os preços dos aparelhos telefônicos fixos caíram 0,69% puxaram o grupo para baixo.




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