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Crise eleva procura por cursos de idioma
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
18/01/2009 | 07:02
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Com a crise econômica internacional, o número de jovens interessados em estudar em outro país diminuiu nas agências de intercâmbio. Em compensação, as escolas de idiomas da região já comemoram o aumento de matrículas neste início de ano letivo.

O balanço parcial da Fisk referente às duas primeiras semanas de janeiro indica um crescimento de 33%, em relação ao mesmo período de 2007, nas 11 unidades do Grande ABC. Na Wizard, o aumento do número de matrículas também bate a casa dos 30%. Na Cel-Lep Santo André, a estimativa é de 20%.

E mesmo sem fechar o balanço da primeira quinzena, as metas de expansão da CNA revelam expectativas otimistas quanto ao fluxo de alunos. Além do aumento estimado em 20% na procura, a empresa tem registrado crescimento na venda de franquias e planeja inaugurar 100 unidades neste ano no Brasil.

"Existe uma previsão de crescimento por conta da recessão. Quando há crise e aumento nos índices de desemprego, as pessoas passam a buscar uma melhor qualificação, tanto em idiomas quanto em informática", diz o proprietário das unidades da Microcamp em Santo André e São Bernardo, Carlos Eduardo de Jesus Dias, que estima um incremento de 10% a 15% no volume de matrículas, para os cursos que começam em fevereiro, em comparação com o ano passado.

A gerente da Cel-Lep Santo André, Nadia Yazbek, também atribui a boa fase das escolas de idiomas à crise. "Algumas empresas estão cortando o subsídio para os cursos de idiomas, mas os funcionários estão querendo manter as aulas para garantir seu lugar na empresa, ainda mais quando trabalham lá há pouco tempo."

NOVIDADES
Para cativar a preferência dos alunos, várias instituições têm investido em promoções e recursos que tornem o processo de aprendizagem mais dinâmico.

A Microcamp dispõe de salas de cinema e acaba de lançar a promoção Pague Um e Leve Três. "Quem se matricular para as aulas de inglês (cuja mensalidade custa R$ 150, em média, já incluindo matrícula e material didático), por exemplo, ganha cursos básicos de espanhol e informática", explica Dias.

Cursos de informática também são a aposta da Fisk para 2009 em função da crise econômica. "São dois cursos novos: o de informática e o de português para brasileiros, que chegou a ter um grupo-piloto em Santo André no ano passado mas só agora será lançado nacionalmente. Ambos têm o intuito de qualificar as pessoas para mantê-las no emprego em fase de concorrência acirrada", afirma o diretor da Fundação Fisk, Elvio Peralta.

A Wizard tem investido na divulgação do sistema Flex, que permite ao aluno estudar na hora e no dia da semana que quiser, sem regularidade, adaptando as aulas ao seu dia a dia. "No Flex, o aluno escolhe o dia, a hora, a velocidade e o ritmo da aula. Pode avançar rápido ou fazer várias vezes a mesma lição se não estiver entendendo. É quase um VIP, mas não chega a ser porque fica com até três outros alunos na classe. Com isso, ele garante pelo menos 15 minutos de interação com o professor por um preço mais em conta do que se a aula fosse particular", explica o diretor de comunicação e treinamento da Wizard, João Carlos Pacall.

Recomendado a pessoas que viajam muito ou que não possuem uma rotina com horários regulares, o curso Flex custa cerca de 20% mais que as turmas convencionais e é aberto aos oito idiomas ministrados pela Wizard (inglês, espanhol, italiano, francês, alemão, japonês e chinês).

COLÉGIO
A Cultura Inglesa, por sua vez, desenvolveu um programa extracurricular para aplicar seu método em instituições privadas de ensinos Fundamental e Médio da região. A escola de idioma se encarrega de levar professores, recursos e material didático ao colégio, além de responder pelas tarefas administrativas, como controle de frequência e inadimplência.

"Desta forma, os nossos alunos têm mais comodidade, segurança e a garantia de um ensino de qualidade. Hoje, os pais não querem que os filhos tenham de se locomover muito na rua", diz Maria Augusta Paranhos Faro, diretora do Externato Rio Branco, em São Bernardo, um dos parceiros da Cultura Inglesa no programa.

"Vamos trabalhar como se fôssemos uma filial da Cultura Inglesa", completa Maria Augusta, ressaltando que o curso também será aberto a estudantes de outras escolas da comunidade, com desconto de 10% para alunos do externato e de 5% para os demais.




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