Após apresentação estática à imprensa especializada brasileira, em agosto do ano passado, de ser mostrado no mês seguinte ao mundo no Salão de Frankfurt, a BMW inicia por aqui as vendas do novo utilitário compacto X1 - quarto integrante da conhecida família X, que já tem X3, X5 e X6. O modelo, que na Europa é comercializado desde janeiro, chega neste mês inicialmente apenas na versão xDrive28i 2010, com preço sugerido de R$ 174,9 mil - a linha 2011 desembarca em junho com preço de R$ 198 mil devido ao sistema de navegação em português, que ainda não está disponível.

O utilitário esportivo é equipado com motor a gasolina 3.0 de seis cilindros em linha, que gera 258 cv de potência a 6.600 rpm e torque de 31,6 mkgf entre 2.600 rpm e 3.000 rpm. A tração é integral xDrive, com caixa eletrônica de transferência de força. "Não necessita de alavancas ou botões para modificar as características da tração. O sistema atua por si só", revela Luiz Estrozi, gerente de treinamento e serviços da BMW do Brasil.

Em junho chega a versão sDrive18i, com bloco 2.0 a gasolina de 150 cv e tração traseira, que deve custar cerca de R$ 120 mil.

Um dos diferenciais do X1 está nas medidas. Ao contrário dos irmãos, que assumem o jeito SUV (Sport Utility Vehicle) de ser, o caçula tem dimensões menos robustas, o que faz a própria BMW classificá-lo como SAV (Sport Activity Vehicle). "Por fora, o X1 busca visual SUV - apesar das medidas - , mas por dentro as características são de sedã, principalmente a posição e a forma de dirigir", explica Estrozi.

Comparando-o com os demais integrantes do clã X, o X1 é 42 cm mais curto que o X6 e 22 cm mais baixo que o X5, o que denuncia os cromossomos de sedã no DNA do X1. A distância entre os eixos é 17 cm inferior à de ambos (X5 e X6).

Cinco ocupantes trafegam sem aperto, mas a sensação é nítida: não se trata de um SUV 100% SUV. E só para completar as medidas, a capacidade do porta-malas é de 420 litros.

Em termos de equipamentos, o X1 agrada. A lista é vasta e cheia de tecnologia. A versão xDrive28i traz de série o trivial - ar-condicionado digital de duas zonas, direção hidráulica e trio elétrico - mais oito air bags (frontais, laterais e de cabeça) com sensores que identificam o peso e a altura dos ocupantes para melhor atuação das bolsas infláveis, rodas de liga leve de 18 polegadas, faróis de xenônio direcionais, teto solar, controlador de velocidade, sistema de som HiFi com entrada USB e auxiliar, freios ABS, entre outros. Destaque para a tela de LCD no painel e o seletor de funções no console.

NA PISTA... - Para saciarmos a curiosidade de ver do que o X1 é capaz, demos duas voltas no circuito de Interlagos. E apesar do motorzão, o silêncio na cabine logo chamou a atenção.

Com 37 sistemas eletrônicos que atuam constantemente no veículo, abusar nas curvas torna-se uma brincadeira. Interferindo tanto no freio, quanto no acelerador, o Performance Control corrige a trajetória do carro com eficiência.

Ponto positivo para a transmissão automática sequencial de seis velocidades Steptronic, com possibilidade de trocas por meio de borboletas atrás do volante. As mudanças são suaves e quase imperceptíveis. Destaque para a tecnologia que permite reduções rápidas de marcha, pulando direto, por exemplo, de sexta para segunda.

Nas retas, não chegamos à velocidade máxima de 205 km/h, mas foi possível sentir a saúde do X1. Há o pacote opcional M Package, que reconfigura a central eletrônica do motor, fazendo com que o SAV atinja os 230 km/h. A aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 6,8 segundos.