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Pantanal para viver

Especialistas ajudam os ecoturistas a descobrir quais são os encantos deste ecossistema único

Por Andréa Ciaffone
11/12/2014 | 07:00
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Divulgação


 Situado bem no coração da América Latina, o Pantanal é uma região fascinante. Definido como uma espécie de cerrado (ou savana, para melhor entendimento dos gringos) em que as espécies aprenderam a conviver com o aumento do nível das águas – é a maior área alagável do planeta –, o Pantanal é um lugar de conciliação de contrastes, tanto em termos naturais como econômicos e turísticos.

Geograficamente é uma depressão de 210 mil km², dos quais 70% (150 mil km²) estão nos Estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, 20% na Bolívia e 10% no Paraguai. Essa imensidão fica entre o Planalto Central do Brasil e o sopé dos Andes, recebendo água destes pontos mais altos e represando-a e escoando-a principalmente pelo Rio Paraguai. O resultado é que seus regimes de chuva e seca criam cenários sempre mutáveis, oferecendo várias maneiras de fazer terra e água, plantas e bichos se combinarem.

Em termos econômicos, a região combina a preservação do ambiente com a criação extensiva de gado e isso leva à conciliação da indústria do turismo com o compromisso preservacionista. No Pantanal, a presença dos turistas é o que garante a preservação do ambiente e das espécies, mas para conviver com a fauna local é preciso ter apoio logístico de humanos habituados ao ambiente, os guias pantaneiros.

Mas, para que esse entendimento fosse alcançado foram muitas batalhas, que tiveram no empresário e ambientalista Roberto Klabin, um pioneiro e um general. Herdeiro de uma parte da fazenda da família localizada em Miranda (Mato Grosso do Sul), Klabin transformou a área em um dos destinos de ecoturismo mais importantes do planeta, o Refúgio Ecológico Caiman, que foi finalista do prêmio do WTTC (World Travel and Tourism Council) e é considerado referência internacional por combinar hotelaria de alto padrão com experiências junto à natureza preservada com segurança, tanto para o bioma quanto para os visitantes.

A primeira regra quando se chega lá é que não se vai a lugar algum sem a companhia de um guia, chamados de caimâners. E isso faz sentido. Depois de algumas horas de viagem de Campo Grande até a sede da fazenda, o visitante é recebido por uma equipe cheia de simpatia e cuidados. Junto das bebidas geladas e dos bolos caseiros vêm a linda paisagem e a visualização dos primeiros jacarés, que nadam tranquilamente perto do deck, em frente à casa.
O que chama a atenção no resort é a parceria de luxo com informalidade, de segurança com liberdade e de diversão com pesquisa na área de biologia – dentro do resort são desenvolvidos os projetos de preservação Arara Azul, Onçafari e Papagaio Verdadeiro.

Segurança para conhecer os habitantes bem de pertinho
O Pantanal é o lar de muitas espécies: são 3.500 de plantas, 550 de aves, 124 de mamíferos, 80 de répteis, 60 de anfíbios e 260 de peixes de água doce, isso sem falar das 100 espécies de aves migratórias que, literalmente, pousam por lá. Estrangeiros mesmo são os homens, os seus bois e seus cavalos.

Por isso, o Refúgio Ecológico Caiman desenvolveu programação bastante variada, mas o visitante não decide nada. São os guias que determinam a agenda a partir da sua experiência com as condições climáticas e com a sua avaliação dos interesses e capacidades dos visitantes.

Geralmente, entretanto, a programação inclui safári fotográfico em caminhão, passeio de canoa, passeio em jipe, safári, caminhada pela mata e focagem de animais à noite. A hospedagem no Caiman custa entre R$ 2.334 e R$ 2.794 por dia, incluindo pensão completa, bebidas sem álcool e três atividades diárias. São pagos à parte os passeios para visitar ninhos de arara-azul (entre US$ 160 e US$ 290 por pessoa). Já o Onçafari pode custar entre US$ 85 e US$ 1.200.

A jornalista viajou a convite da Fundação Toyota do Brasil.




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