Chegou a hora da decisão. O São Paulo recebe o Tigre hoje, às 21h50, no Morumbi, na segunda e decisiva partida da Copa Sul-Americana. O Tricolor precisa de vitória simples para ficar com o título inédito. No jogo de ida, as equipes empataram sem gols.

A final pode ser um divisor de águas para o futuro do São Paulo. O time não conquista um título há quatro anos. A torcida, mesmo impaciente com as últimas campanhas do clube, apoiará os jogadores. Mais de 67 mil ingressos foram vendidos para o confronto.

Na última entrevista antes do duelo, a emoção tomou conta do grupo. Isso porque o meia Lucas, que fará o duelo de despedida pela equipe antes de embarcar para a França - vai atuar no PSG - chorou em frente às câmeras. Depois, levou banho de isotônico dos companheiros.

No ataque, o treinador Ney Franco confirmou a entrada do atacante Willian José no lugar de Luís Fabiano, expulso no jogo de ida, e explicou os motivos que o levaram à decisão.

"Eu não queria mudar a forma de a equipe jogar, disputamos a Sul-Americana assim o tempo todo", contou o treinador.

Feliz com a oportunidade, Willian José disse que sonha em fazer o gol do título tricolor. "Espero estar em noite brilhante para ajudar o São Paulo a conquistar esse troféu. Fiz 15 gols no ano com muito suor e trabalho, e quero terminar 2012 com chave de ouro. Quem sabe com o gol decisivo?"

Com casa cheia e equipe tecnicamente superior à dos argentinos, o São Paulo tem a seu favor o favoritismo. No entanto, todos no clube do Morumbi tentam minimizar a responsabilidade.

"O São Paulo até pode ter o favoritismo pela história e pelo que o clube já fez, mas depois que a bola rola é outra coisa. Temos de provar isso dentro de campo e mostrar nosso futebol", comentou o meia Jadson,

O discurso precavido não é exclusivo dos jogadores. Até mesmo a diretoria prefere manter os pés no chão. "O favoritismo é muito subjetivo. Dentro das quatro linhas, isso não pesa tanto. Os dois times chegaram por méritos", analisou o vice presidente de futebol, João de Jesus Lopes.

Lucas chora em entrevista e agradece ao clube

Desde os 13 anos, Lucas sente na pele o que é vestir a camisa do São Paulo. O meia iniciou a carreira nas categorias de base do clube, em Cotia, e após se tornar profissional, ganhou espaço no coração da torcida. E no dos companheiros.

Antes de começar a última entrevista coletiva pelo clube, ontem, o jogador foi homenageado pelos colegas de elenco. Primeiro, Oswaldo e Wellington invadiram o local para abraçar o amigo. Depois, Lucas Farias, Leonardo, Léo e Douglas vieram dar o seu adeus.

Todos deram um banho de água e isotônico em Lucas, que não suportou a emoção e começou a chorar. Sem condições de prosseguir a entrevista, o jogador deixou o local. De banho tomado e recuperado, Lucas fez análise sobre sua despedida.

"Passa um grande filme na cabeça. Desde quando saí pela primeira vez da casa até agora. Cada situação que enfrentei. Vim para um lugar (Cotia) com 13 anos e não conhecia ninguém. Quero sair deixando saudade não só dentro de campo, mas também fora", afirmou. E para que a saudade de Lucas permaneça entre os são-paulinos, nada melhor que se despedir com título.

"É o jogo da minha vida, o mais importante da carreira. Desde que cheguei ao profissional não havia tido oportunidade de disputar decisão. Vou jogar tudo, 100%. Se precisar, vou me quebrar todo, porque preciso ser campeão, preciso retribuir o carinho que recebi no clube", contou o meia.

Antes de sair, Lucas agradeceu alguns dos companheiros que teve no Tricolor. "Agradeço aos técnicos que tive, o Vizzolli, Baresi, Toninho. Assim como o Leco (vice-presidente geral), João Paulo (vice-presidente de futebol), Adalberto (diretor), Juvenal (presidente), Rogério, Luís Fabiano, Rivaldo, Ricardo Oliveira, entre outros. Onde estiver levarei o São Paulo no meu coração", disse.