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Polícia ainda apura denúncia de peculato
Rita Donato
Do Diário do Grande ABC
10/11/2007 | 10:03
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Depois de um ano investigando o envolvimento entre a imobiliária Donadelli e a Sociedade Amigos das Artes, mantenedora da orquestra filarmônica e das bandas sinfônicas, mirim e jovem de São Bernardo, a Polícia Civil ainda apura a denúncia de peculato (desvio de dinheiro público) feita pelo MP (Ministério Público).

Nas idas e vindas do inquérito ao Judiciário e à Polícia, o caso não avança porque nem todas as testemunhas foram encontradas para prestar depoimento. Segundo o vereador Wagner Lino (PT), os funcionários da imobiliária afirmaram ao MP que recebiam através da Amigos das Artes.

“Mas todos prestavam serviço de promotores para a Donadelli”, assegura o parlamentar, que fez a acusação em 2005, quando a Câmara aprovou um repasse de R$ 6 milhões à entidade – dividido em 48 parcelas. “Tudo indica que o dinheiro público pagava o salário deles.”

O delegado titular do 1º Distrito Policial, Kazu Yoshi Kawamoto, informou que o inquérito policial está parado no Fórum para análise das contas bancárias de uma funcionária da imobiliária. “Ela teria depositado um cheque que recebeu em nome da associação.”

Kawamoto ressalta ainda que não há previsão para a conclusão do caso. “O juiz não tem prazo para trabalhar, mas nós temos. Assim que o inquérito chegar temos 30 dias para concluí-lo. Neste momento, não posso adiantar nada.”

O dono da imobiliária e presidente da associação, Moacyr Donadelli, diz não ter conhecimento da denúncia. “Nem o delegado, nem o Ministério Público me convocaram a prestar depoimento. Estou aguardando qualquer tipo de contato para falar sobre o assunto.”

Fundação - A Sociedade Amigos das Artes foi criada em julho de 1999. Na ocasião, o secretário de Educação e Cultura, Admir Ferro, presidiu a assembléia de fundação e tornou-se sócio-fundador.

“Como ele exerce cargo público, não foi eleito presidente para que a entidade pudesse receber subvenção da Prefeitura”, provoca Lino.

Ferro rebate e assegura que sua atuação na sociedade se restringiu à participação na assembléia. “Sou apenas fundador, assim como os mais de 40 empresários e representantes de clubes regionais presentes no dia”, contra-argumenta. “Essa é mais uma calúnia. Eu não posso ser aquilo que a lei me proíbe.”



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