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Reencontrada desaparecida no reveillon
Por Do Diário do Grande ABC
04/01/1999 | 13:25
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Um roubo seguido do incêndio de uma banca de jornal no Centro do Rio ajudou a polícia a encontrar a menina Brenda Xavier Pimentel, de 4 anos, seqüestrada na noite de 31 de dezembro, quando estava com os pais na Avenida Atlântica, em Copacabana. Brenda foi localizada na companhia de Eduardo Louza Gonçalves, de 26 anos, que tinha participado do roubo da banca, na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Pedro Lessa.  

Levado para a 1ª Delegacia (Praça Mauá), Eduardo confessou que estava com a menina há três dias, desde que tinha raptado ela na noite do réveillon para entregá-la a uma mulher conhecida como Paulista. A banca de jornal foi assaltada por um bando de cinco homens e uma mulher.

A polícia chegou rapidamente ao local, mas cinco integrantes do bando conseguiram escapar. Eduardo chegou a fugir até a Rua Marechal Câmara, onde foi encontrado em um banco de praça, pelo sargento Nogueira, do 5º Batalhao da PM (Harmonia), que estava na cabine da PM da Cinelândia.   'Vi vários CDs e fitas de vídeo com ele, que foi levadopara a delegacia. Depois, o dono de um bar da área me mostrou um jornal com a foto da menina. Entao eu também fui à delegacia para mostrar que a menina que estava com ele era a desaparecida``, contou Nogueira.  

Inicialmente, Eduardo disse que tinha recebido a menina, às 22h30, de uma mulher chamada Paulista, que pegaria a garota de volta. Como a mulher nao apareceu, Eduardo ficou com a menina, que passou três noites com ele na rua. O rapaz contou que mora na rua desde os 15 anos e costuma ficar na estaçao do Metrô da Cinelândia. Ele disse ainda que alimentou a menina com pao e leite pela manha e com quentinhas no almoço e no jantar. Com Eduardo, a polícia encontrou 18 fitas de vídeo e 72 CDs roubados da banca de jornal.  

Os pais da criança, o vendedor Luiz Alberto Pimentel e Therezinha Núbia Pimentel, moram em Petrópolis e chegaram na delegacia às 4h40. Luiz contestou a versao de Eduardo. 'Fomos à Copacabana para vender camisas na festa. As 23h45, decidimos guardar nossas mercadorias para ver a queima de fogos. Foi aí que nossa filha sumiu. Depois ficamos sabendo que o rapaz (Eduardo) pegou o skate que estava com ela e atraiu nossa filha para o meio da multidao, onde os dois desapareceram``, contou o vendedor.  

Nesta segunda, três dias depois do crime, Luiz e Núbia ainda estavamem Copacabana, tentando achar a filha. Eles tinham acabado de voltar a Petrópolis quando receberam a notícia de que Brenda tinha sido encontrada. 'Eram 2h quando bateram na nossa casa. Tinha certeza de que era uma boa notícia. Isso para a gente foi a maior vitória``, disse Luiz. O vendedor contou ainda que teve contato com a mulher conhecida como Paulista, que costuma freqüentar a feira hippie em frente à boate Help, de onde a garota foi levada. 'Ela disse que o Eduardo era um bom rapaz e nunca faria mal à criança``, afirmou.  

A polícia, porém, acredita na hipótese de que a mulher conhecida como Paulista possa estar envolvida em um esquema de tráfico de crianças. Segundo os policiais, ela estaria recebendo as crianças seqüestradas por Eduardo e levando para Sao Paulo, onde ocorreria o tráfico.

Após a chegada dos pais de Brenda à delegacia, Eduardo mudou seu depoimento e disse que realmente pegou Brenda para levá-la até a Paulista. Segundo testemunhas, a receptora é loura, com cabelos cacheados, cerca de 1,65 m de altura e se veste com muitos cordoes e roupas hippies. Eduardo foi encaminhado para a carceragem da Polinter, onde ficará preso.




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