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Diadema terá ônibus menos poluente
Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
31/05/2005 | 07:41
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Diadema está disposta a investir na qualidade do ar. A partir de sexta-feira, 30 dos 60 ônibus municipais pertencentes a ETCD (Empresa de Transporte Coletivo de Diadema) serão equipados com um filtro capaz de reter até 70% dos poluentes formados pela queima do diesel. O combustível movimenta a frota de 1,9 mil ônibus municipais que circulam nas sete cidades do Grande ABC e é considerado por especialistas como uma das principais fontes poluidoras do ar.

Os testes com o novo equipamento devem durar 60 dias. Durante o período, serão analisados aspectos técnicos da funcionabilidade do filtro. Caso os resultados sejam considerados satisfatórios, os outros 30 ônibus que completam a frota da ETCD também serão equipados com o filtro. Cada equipamento custa por volta de R$ 250. Diadema, entretanto, não gastará um tostão com a instalação dos filtros em seus ônibus. Todo programa será financiado pela iniciativa privada.

A empresa patrocinadora é a JSVS, que desenvolveu o filtro para retenção de gases. “Como toda parceria, será uma via de mão dupla. Nosso benefício é bem claro. O ar de nossa cidade será mais limpo. A empresa terá Diadema como referência para os benefícios que pode ter um município que utiliza o sistema que ela desenvolveu”, afirma o secretário do Meio Ambiente de Diadema, Marco Antonio Mroz. São Paulo e Osasco também devem participar do projeto piloto.

O equipamento, chamado RMP (Retentor de Material Particulado), fica dentro do escapamento do ônibus, próximo do motor do veículo. A composição de seu filtro visa reter gases como monóxido de carbono e hidrocarbonetos. Na prática, esse tipo de poluição, quando inalada, é capaz de aumentar a incidência de câncer de pulmão, asma e bronquite, além de uma infinidade de outras doenças que agem sobre o sistema respiratório.

Apesar de Diadema concentrar uma frota formada por 81 mil carros e um pólo de industrias químicas, produtoras de cosméticos – dois potenciais poluidores –, a qualidade do ar no município não é considerada preocupante segundo a Cetesb (Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo). No Grande ABC, a cidade fica atrás de São Caetano e Santo André em concentração de monóxido de carbono.

Diadema assume posição de destaque só quando o assunto é excesso de ozônio, um dos gases produzidos pela queima de combustível. No ranking, a cidade é a quarta pior da Região Metropolitana de São Paulo e a segunda do Grande ABC, atrás apenas de Santo André e Mauá, ainda de acordo com a Cetesb.

Expansão – A Prefeitura de Diadema não cogita a obrigatoriedade da instalação do equipamento em carros de passeio, mas tem planos de expandir o projeto para toda frota de ônibus. Hoje, a maioria dos veículos é controlada pela Viação Imigrantes. São 115 carros que, apesar de novos, não contam com o equipamento para retenção de poluentes. “Não podemos forçá-los, mas vamos sentar para conversar sobre o assunto”, diz o secretário de Meio Ambiente de Diadema, Marco Antonio Mroz.



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