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Mauá proíbe aulas presenciais em 2020

Decreto determina que redes estadual e privada, assim como a municipal, não retomem atividades

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
04/09/2020 | 00:01
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O prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), assinou, ontem, decreto em que determina que as escolas estaduais e particulares não terão permissão para retomar as atividades presenciais este ano. A mesma decisão já havia sido anunciada para a rede municipal anteriormente, em 29 de julho.
A administração avalia que não é possível retomar o tempo perdido apenas nos meses de outubro e novembro, sem expor crianças e adolescentes e, consequentemente, suas famílias ao novo coronavírus, visto que a pandemia ainda é uma realidade no País.

Segundo o prefeito, o assunto foi debatido com as Secretarias de Saúde e Educação e com a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo). “Não seria prudente autorizar a volta das aulas. No Amazonas, as atividades foram retomadas e 8% da rede já está contaminada com a Covid-19. Sabemos que é difícil, mas, acima da crise econômica estão as vidas dos alunos, professores e funcionários”, declarou o prefeito.

Em agosto, donos de escolas particulares de educação infantil de Mauá fizeram um protesto, pedindo apoio da administração municipal e que as aulas fossem retomadas terça-feira, como estava previsto pelo governo do Estado. Os empresários alegavam que muitas escolas estavam falindo com a saída dos alunos.
O prefeito afirmou que “tem total carinho e respeito pelas escolas particulares”, mas que a Prefeitura não pode repassar recursos para empresas privadas. “É o governo federal quem deve ofertar algum tipo de auxílio”, afirmou.

Atila também declarou que a rede municipal de educação infantil está sendo preparada para absorver uma demanda maior de alunos, com eventuais transferências de crianças da rede particular. “Estamos reformando e ampliando 14 escolas e devemos criar entre 1.500 e 2.000 vagas para o próximo ano”, concluiu.
Mauá é a primeira cidade da região a suspender de maneira definitiva todas as atividades presenciais nas escolas públicas e privadas. Entre os outros municípios, Santo André, São Bernardo, Diadema e Ribeirão Pires já editaram decretos proibindo que escolas estaduais reabram para acolhimento e reforço, conforme planejado pelo governo estadual para terça-feira. São Caetano ainda não se manifestou sobre o tema.

Além de Mauá, Santo André, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra também descartaram o retorno das aulas na rede municipal esse ano. São Bernardo, São Caetano e Diadema ainda avaliam os dados epidemiológicos para decidir. As escolas privadas, até o momento, estão impedidas de reabrir em todo o Grande ABC. 

Atila fala em quebrar monopólio no transporte


A apenas quatro meses do fim do mandato, o prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), voltou a falar em quebrar o monopólio do sistema de transporte municipal, uma de suas promessas de campanha.

A administração já abriu processo administrativo para apurar descumprimento do contrato prestado pela Suzantur, única empresa de ônibus a operar na cidade, e o governo não descarta a rescisão, caso as cláusulas não estejam sendo cumpridas.

Segundo Atila, a quebra do monopólio não pôde ser feita antes porque “foi tomado um ano e meio” do seu mandato, em referência aos dois episódios em que foi afastado do cargo por ser preso, em decorrência das operações Prato Feito e Trato Feito, da Polícia Federal, em maio e em dezembro de 2018.

A Prefeitura entrou na Justiça para obrigar a empresa a colocar 100% da frota de ônibus em circulação, pedido aceito na terça-feira. A Suzantur recorreu e tem até hoje para atender a essa determinação. O contrato da empresa prevê multa de 200 tarifas (R$ 5,30) cheias, ou seja, R$ 1.060 reais por viagem não realizada.
Durante coletiva de imprensa realizada na tarde de ontem, Atila afirmou que, com a retomada das atividades econômicas e o retorno de grande parte dos trabalhadores ao trabalho, não há justificativa para manter a frota reduzida à 60%, conforme foi determinado por decreto, em todas as cidades da região, em março.

Nos outros municípios, São Bernardo informou que a frota voltou a circular em 100% em 15 de junho, mas foi readequada para 68% de acordo com a demanda. Em Diadema, estão circulando 65% dos coletivos e a administração acompanha para ajustar se houver necessidade. Os demais municípios não responderam.




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