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Preço da arroba do boi gordo volta a subir
Do Diário do Grande ABC
21/10/1999 | 12:53
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A arroba do boi gordo voltou a subir nesta quinta-feira na praça de Araçatuba, interior de Sao Paulo, onde foi negociada a R$ 41,00 para pagamento em 20 dias. Frigoríficos de exportaçao, como o Mouran, de Andradina (SP), que está abatendo 500 animais por dia, ajudam a manter os preços altos, enquanto o consumo interno cai por causa da pressao dos salários que nao sao reajustados.

A bolsa de mercado futuro do boi está sinalizando R$ 45,00 ou US$ 22,50 o preço da arroba para meados de novembro. Mas a principal constataçao dos frigoríficos é a falta de boi gordo em oferta.

O pecuarista Francisco Salles previa engordar 5 mil cabeças esse ano, mas, a exemplo de muitos outros produtores, está ampliando para um segundo turno a engorda em confinamento. Sao mais 4 mil animais que ele pretende pôr no mercado até dezembro. Para suprir a oferta de raçao que nao estava prevista no planejamento inicial, Salles está usando bagaço de cana hidrolizado, que é vendido pelas usinas de álcool da regiao. Atualmente, está pagando R$ 40,00 a tonelada do bagaço de cana usado na fabricaçao de álcool e açúcar na usina de Valparaíso (SP), distante poucos quilômetros da fazenda dele. Para ele, há dois fatores pressionando o aumento no preço da carne. "Um deles é a falta de boi gordo provocada por uma seca prolongada, e o outro, os contratos de exportaçao de alguns frigoríficos que ajudam manter os preços altos", diz o fazendeiro.

Em Andradina, a Fazenda Guanabara, do Grupo Grendene, também está concluindo o confinamento de 6,3 mil cabeças. A atividade era para ter sido encerrada há 40 dias. Mas o gerente Ilson Corrêa disse que a empresa decidiu engordar mais 2,5 mil animais, prevendo a falta de boi nos dois últimos meses do ano. "Estamos entrando no terceiro turno de confinamento", disse Corrêa. A raçao é preparada tendo como base o bagaço de cana produzido na usina de álcool Guanabara S.A. (Gasa), que também tem a Grendene como uma das acionistas. A Fazenda Guanabara iniciou as vendas de gado confinado por R$ 32,00 a arroba e poderá entregar os últimos animais por R$ 42,00 nas primeiras semanas de novembro. "Aumento de 31,2% jamais previsto pelo setor", comentou Corrêa.

Em Pereira Barreto (SP), até dezembro, o município bate um recorde estadual de confinamento, com 50 animais engordados em apenas duas propriedades nos últimos dois meses. Numa delas, a Fazenda Sao Joaquim, do mineiro Olavo Barbosa, a raçao para confinamento está sendo colhida agora, em plena estiagem, em lavouras de milho irrigadas.




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