O capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro (PSL) toma posse hoje como 38º presidente do Brasil e organizadores da cerimônia estimam que até 500 mil pessoas estejam em Brasília para acompanhar a tradicional passagem da faixa presidencial. Amplo esquema de segurança, com ao menos 6.000 agentes, foi montado.

Sob coordenação do ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Sérgio Etchegoyen, o aparato contará com 20 caças da FAB (Força Aérea Brasileira), mísseis antiaéreos e radar portátil para identificar aviões que trafeguem em baixa altitude. O espaço aéreo, aliás, foi fechado em um raio de sete quilômetros. Todas as medidas foram adotadas depois que Bolsonaro, em setembro, foi alvo de atentado em Juiz de Fora, em Minas Gerais, durante a campanha.

“A festa está pronta, será segura e certamente vamos ter um dia 1º para coroar o processo democrático que se iniciou lá atrás no primeiro turno (das eleições) no dia 7 de outubro”, disse Etchegoyen, após ensaios realizados no fim de semana. Haverá veto a uso de guarda-sol ou guarda-chuva e até mesmo de carrinhos de bebê.

A solenidade tem início às 14h, em ponto. Bolsonaro e sua mulher, a futura primeira-dama Michelle Bolsonaro, deixam a residência oficial na Granja do Torto e vão para a Esplanada dos Ministérios. Passam pela Catedral de Brasília, onde encontrarão o vice-presidente eleito Hamilton Mourão (PRTB) e sua mulher, Paula.

Haverá, neste momento, a troca da carros. O tradicional Rolls-Royce preto, de 1952 e adquirido no ano seguinte pelo ex-presidente Getúlio Vargas (1982-1954), estará à disposição, bem como os Dragões da Independência, policiais que acompanharão o trajeto de 1,5 quilômetro de motos, carros e até correndo. O veículo, que está segurado no valor de US$ 400 mil (equivalente a R$ 1,55 milhão), só deixa a garagem em ocasiões especiais, mas seu uso não foi confirmado pela equipe de Bolsonaro. Agentes que fazem a segurança do presidente eleito recomendaram que ele utilize um automóvel blindado, mas o ainda deputado federal externou desejo de ir ao Congresso no Rolls-Royce.

A estimativa é que Bolsonaro e Mourão cheguem ao Congresso às 14h50, quando subirão a rampa da Casa e serão recebidos pelos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunicio Oliveira (MDB-CE). A sessão que marca a posse oficial de Bolsonaro começa às 15h. O presidente eleito lê o juramento e, depois, discursa, com tempo livre.

Após a solenidade, Bolsonaro deixa o Congresso. É neste momento que o Hino Nacional será executado, seguido por salva de 21 tiros. Só então o futuro chefe da Nação caminhará ao Palácio do Planalto, para outra fase tradicional da cerimônia.

Por volta das 16h30, Bolsonaro e Mourão sobem a rampa do Planalto para serem recebidos pelo presidente Michel Temer (MDB). Todos vão ao parlatório e é ali que acontece a passagem da faixa presidencial. Bolsonaro discursará pela segunda vez, agora para o público que acompanhará a festividade. Às 17h30, ele dará posse aos 22 ministros escolhidos e posarão para tradicional foto da equipe presidencial. Às 19h, Bolsonaro seguirá em cortejo ao Palácio do Itamaraty, onde acontecerá coquetel.

Doze chefes de Estado, segundo o Ministério de Relações Exteriores, estarão na posse de Bolsonaro, como os presidentes do Chile, Sebastián Piñera; da Argentina, Maurício Macri; do Paraguai, Mario Abdo Benítez; do Uruguai, Tabaré Vázquez;da Colômbia, Iván Duque Márquez; do Peru, Marín Vizcarra; de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, além do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu; do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo; e do vice-presidente do Parlamento da China, Ji Bingxuan, representando o país.

De extrema-direita, Bolsonaro interrompe série de quatro vitórias seguidas do petismo (duas com Luiz Inácio Lula da Silva e duas com Dilma Rousseff ). (com Agências)