Setecidades Titulo Limpeza
Em estado crítico, manutenção urbana da região é retomada

Mato alto em praças e calçadas, lixo e entulho
espalhados pelas vias são pendências para prefeitos

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
05/01/2017 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


 Os gestores das sete cidades da região começaram o ano com muito trabalho a ser feito em todas áreas. Uma das necessidades é colocar a casa em ordem no que diz respeito aos serviços de zeladoria pendentes, como tapa-buracos, poda de árvores, capinagem, pintura, troca de equipamentos quebrados e de placas apagadas. Pendências que deixam os municípios com cara de abandono.

Em Santo André, o primeiro lugar a ser atendido, logo na segunda-feira, quando o prefeito Paulo Serra (PSDB) assumiu o Executivo, foi a área verde do Paço Municipal, “justamente por ser o símbolo da cidade”, como argumentou a administração. O mato, que estava alto, foi cortado, situação que ainda é problema em vários pontos do município.

Na Vila Guiomar, por exemplo, em todo entorno do conjunto habitacional IAPI (Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriais), o matagal toma conta do espaço. O problema foi apontado em reportagem on-line do Diário em 1º de março de 2016. Não bastasse a situação atrativa para ratos e insetos, soma-se a isso o descarte de lixo irregular, como em trecho da Rua Rodolfo Santiago. Colchão, sofá, madeiras e restos de construção atravancam a calçada, assim como o mato que a toma, obrigando pedestres a caminharem pela via.

Na Rua Rosa de Siqueira, no bairro Campestre, o ponto de ônibus desponta em meio ao mato que o cerca, na Praça Compositor Assis Valente. “Dá medo de esperar o ônibus aqui”, falou a aposentada Maria Caron, 66 anos.

Morador do bairro há quatro décadas, José Pedro Vanini, 77, contou que ele mesmo faz, às vezes, o serviço de limpeza do espaço. “Tenho vontade de colocar placa aqui com os dizeres: pelas condições da cidade é que se conhece um prefeito.”

Situação semelhante é vista em São Bernardo. Nos canteiros da Avenida Pery Ronchetti, no bairro Nova Petrópolis, o mato crescente é destaque. Na Rua dos Vianas, no Jardim Petroni, entulho e lixo jogados na calçada compõem o cenário. Até uma simples placa com nome de rua – Treze de Maio –, no Jardim Olavo Bilac, apresenta problemas: a identificação está praticamente apagada.

Em Diadema, a funcionária terceirizada Maria Teodoro de Oliveira Santos, 68, precisou andar pelo meio da Rua Caramuru, na Vila Conceição, já que a calçada transformou-se em matagal. “Sempre está nessa situação, acho uma tristeza. Tem que limpar a cidade”, reclama.

Na Rua Alvarenga Peixoto, no Jardim Marilene, o lixo no passeio da EE Roberto Frade Monte traz infestação de ratos, insetos e preocupação com possíveis focos de dengue. “Aqui é uma área cheia de comércio, com movimento, mas é abandonada”, lamenta o comerciante José Cleivis Pereira, 37.

Em Mauá, até a área central, geralmente mais cuidada pelas cidades, está entregue à própria sorte. Na Avenida Antônia Rosa Fioravante, cratera na calçada, com aproximadamente sete metros de extensão, faz com que os pedestres tenham de pular o gradil de segurança e caminhar pela via, disputando espaço com os veículos. O Diário noticiou a situação em setembro do ano passado, e o problema persistia há pelo menos dois anos.

No Jardim Maringá, praça ao lado da UPA (Unidade de Pronto-Atendimento), seria lugar saudável para as crianças se divertirem nos brinquedos do local, não fosse o mato crescente e a sujeira da área.

Saudável também seria a pista de caminhada da Avenida Prefeito Valdírio Prisco, no Jardim Panorama, Centro de Ribeirão Pires, onde o mato alto começa a envolver o espaço. Iniciativa da comerciante Fátima Maquea, 48, e seu marido é que ameniza as condições. “Meu marido passa a roçadeira aqui e colocamos lixeiras para ajudar a melhorar o visual.”

 

Administrações prometem serviços

 

Prefeituras declaram estar organizadas para realizar ações emergenciais.

Em Santo André, o Executivo informou que os bairros serão contemplados a partir da semana que vem. Inicialmente, estão previstos gastos de R$ 2 milhões por mês com a manutenção. Ainda conforme a administração, as empresas Versátil, responsável pelo serviço de tapa-buraco, e Serg Paulista, que faz a roçagem, enfrentam problemas de pagamento por parte da Prefeitura há 18 meses. O compromisso é o de que “todo o serviço executado a partir de agora será pago, e as dívidas geradas na gestão passada serão quitadas parceladamente. Para garantir o pagamento, foi feito planejamento e, dessa forma, só será programado aquilo que puder ser pago no prazo”, afirmou a Prefeitura.

Diadema declarou que “já vem desenvolvendo, ao longo dos últimos quatro anos”, tarefas diárias de zeladoria em todos os bairros, “por isso não há necessidade de ações emergenciais”. Apesar disso, destacou que vai reforçar neste mês o recolhimento de entulhos, primeiramente no Jardim Canhema e Jardim Campanário. As demais regiões serão definidas nos próximos dias. Serviços de capinação também serão intensificados em janeiro. Já em relação à poda de árvores, cronograma para ser executado ao longo do ano está sendo finalizado.

<EM>Em Ribeirão Pires, a Prefeitura destacou que, a princípio, foram iniciados serviços como roçagem no Jardim Oriental e Avenida Prefeito Valdírio Prisco, devendo se estender posteriormente aos demais bairros. O prazo para que todos os pontos da cidade recebam as melhorias é o fim do primeiro semestre.

As demais cidades não se manifestaram.




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