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Ministro iraniano garante que Irã não quer a bomba nuclear
Por Da AFP
28/09/2004 | 22:15
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O Irã não está tentando obter uma bomba nuclear, mas está desenvolvendo mísseis de médio e longo alcance para se defender contra potenciais ameaças, disse nesta terça-feira o ministro iraniano das Relações Exteriores, Kamal Kharazi.

Perguntado sobre se o Irã tem a intenção de desenvolver armas nucleares, Kharzai respondeu que seu país "é contra a bomba atômica". "Isto não faz parte da nossa estratégia de defesa", afirmou.

A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) pediu a Teerã, capital do Irã, que pare imediatamente com qualquer atividade relacionada ao enriquecimento de urânio, processo que pode fornecer material para armas nucleares.

Kharazi disse que o Irã quer promover um Oriente Médio livre de armas nucleares e destacou que os inspetores das Nações Unidas não encontraram qualquer programa de armas atômicas no Irã. "Nosso país é transparente", afirmou.

Os Estados Unidos afirmam que Teerã desenvolve um programa de armas nucleares e pedem que a AIEA apresente o caso do Irã ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para possíveis sanções.

Kharzai rejeita o pedido americano porque "não há qualquer violação" das leis internacionais sobre armamentos, mas admite que para a sua defesa o Irã desenvolveu "mísseis estratégicos" do tipo Shahab-3.

Esses mísseis, baseados em projetos norte-coreanos, seriam capazes de atingir alvos a até 1.300 km, o suficiente para atacar Israel. "Devemos ser capazes de nos defender por conta própria", disse Kharzai.

Sobre o Iraque, Kharazi disse que o Irã "não vai influenciar qualquer ação, mas é importante haver uma democracia, um governo representativo no Iraque" como resultado das eleições de janeiro de 2005.

O subsecretário americano de Estado encarregado do controle de armamentos, John Bolton, disse nesta terça que a transferência do expediente nuclear do Irã para o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) não significa a imposição de sanções imediatas contra Teerã, mas uma maior pressão" para que o governo iraniano "mude seus cálculos e analise custos e benefícios".

Bolton confirmou que Washington, capital americana, continuará pressionando para que a AIEA, que se reúne no dia 25 de novembro para analisar o caso iraniano, leve em conta que esse país tenta obter uma arma atômica sob o pretexto de um programa nuclear civil, e que tal expediente deve ser levado ao Conselho de Segurança.




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