A Defesa Civil de São Paulo mantém pelo segundo dia o estado de alerta em Mauá, em virtude do deslizamento de terra que matou mãe e filho, na terça-feira à noite no morro do Macuco, no Jardim Zaíra 6.

Nos primeiros cinco dias do ano, segundo a Somar Meteorologia, já choveu cerca de 166.1 milímetros em Mauá - mais do que a metade da média prevista para o mês de janeiro, que é 264 milímetros.

Segundo a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, em dezembro todos os municípios paulistas entram em estado de observação. É quando se inicia o período de chuvas. Se em três dias a cidade acumular precipitação superior à média histórica, entra em estado de atenção.

Quando há deslizamentos com vítimas e a meteorologia prevê temporais para os dias seguintes, é decretado estado de alerta. Equipes da Defesa Civil e do Instituto de Geologia vão até o local e orientam a prefeitura a tomar as medidas necessárias, como remoção das famílias e limpeza. A condição somente é revertida depois de o município cumprir as recomendações e passar novamente por análise.

O alerta máximo é dado quando todos os pontos vulneráveis de uma cidade registram escorregamento de terra e inundações, como ocorreu, por exemplo, em São Luiz do Paraitinga, ano passado.

PREVISÃO
No Grande ABC, nos primeiros cinco dias do ano, o volume médio de chuvas acumulado foi de 150 milímetros. A previsão para janeiro é de 262 milímetros. Na Capital, no mesmo período foram registrados 126 milímetros.

Para os próximos dias, a previsão é que a chuva continue. "Pelo menos até o início da próxima semana, há risco de chuvas, principalmente na parte da tarde", explicou a meteorologista da Somar Nadiara Pereira. Ela acrescenta que o volume de precipitações pode ficar acima da média, mas não como ocorreu no ano passado, quando a região registrou 489 milímetros.

A meteorologista explica que o calor e a alta umidade do ar formam nuvens carregadas, principalmente nas cidades mais próximas do Litoral, o que pode aumentar o volume de chuvas.

Os temporais darão trégua na segunda-feira. "Uma frente fria que chega no início da semana provoca queda de temperatura de seis graus, passando de 30º C para 24°C. Mas na terça-feira volta a esquentar e na quarta-feira a previsão é de que volte a chover", explicou o meteorologista Marcelo Schneider, do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

Schneider ressaltou que, nos últimos meses de 2010, choveu acima da média. "Isso é provocado pela La Niña, que faz com que a primavera seja mais seca e o verão mais chuvoso."