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São Caetano testa emocional em casa
Por Marco Borba
Do Diário do Grande ABC
27/05/2011 | 07:07
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O São Caetano recebe o Ituiutaba hoje, às 21h, pela segunda rodada da Série B do Campeonato Brasileiro disposto a provar que deixou no passado a síndrome de Robin Hood, herói mítico inglês que tirava dos ricos para dar aos pobres. É que nos últimos tempos o clube tem se enroscado no Anacleto Campanella diante de equipes que ocupam as últimas posições ou mesmo já estão na zona de rebaixamento do Estadual ou Nacional.

No Paulistão, por exemplo, bateu o Corinthians no Pacaembu (2 a 1) e perdeu em casa para o Linense na última rodada.

Com o resultado, a equipe do Interior se livrou do rebaixamento, enquanto que o Azulão deixou escapar a última vaga para brigar pelo título. Como terminou em nono lugar, se credenciou apenas para disputar o título do Torneio do Interior, mas foi eliminado pela Ponte Preta.

"O risco sempre existe porque a maioria das equipes se fecha fora de casa e joga no erro dos adversários. No entanto, temos de assumir a responsabilidade de mandante, atuar com personalidade, para que sintam nossa força", sentenciou o técnico Márcio Goiano (foto).

Na avaliação do treinador, para brigar pelo acesso, o time precisa ter aproveitamento muito próximo dos 100% em casa. "No ano passado perdemos (quando comandou e conquistou o acesso com o Figueirense) só dois jogos em casa no primeiro turno. Na Série B precisamos ter essa leitura, de fazer o resultado em casa e sempre tentar pontuar fora."

No clube desde 2009, o lateral-direito Artur concorda que a equipe precisa sepultar o estigma de Robin Hood. "Nos anos anteriores, perdemos pontos importantes em casa. Equipes tradicionais, como Sport e Portuguesa, atacam, mesmo fora de casa, já os menos tradicionais se fecham muito. Às vezes, fazem o gol primeiro e aí fica difícil. Só que isso não pode acontecer. Precisamos ser cautelosos, mas impor o nosso futebol."

O volante Souza, que deve mais uma vez aparecer ao lado de Ricardo Conceição e Augusto Recife na proteção à zaga, avalia que será um desafio difícil para o São Caetano por tratar-se de um adversário que participa pela primeira vez da Série B.

"As outras equipes que já estão na disputa nos últimos anos, como Ponte e o Bragantino, sabemos mais ou menos como atuam, conhecemos os jogadores, suas características. Contra o Ituiutaba não sabemos quase nada. Então, temos de ficar atentos, porque se subiu para a Série B é porque tem qualidade", comentou o jogador do Palmeiras, que está emprestado ao São Caetano até o fim do ano.

A preocupação do Azulão faz sentido, já que o Ituiutaba foi derrotado na estreia em casa pelo Paraná (2 a 1) e tenta recuperar os pontos perdidos.

Nunes e Eduardo brigam por lugar ao Sol

Eduardo e Nunes estão em disputa acirrada para ver quem será titular no confronto de hoje diante do Ituiutaba e no restante da Série B do Brasileiro. A contenda já deu o que falar, porque o técnico Márcio Goiano mandou o primeiro para a reserva e estreou com o segundo no torneio.

Eduardo se resignou, mas com a sinceridade costumeira disse não ter gostado da decisão do treinador, na véspera do jogo com o Salgueiro. Ele entrou no segundo tempo, fez o gol do empate (1 a 1) e desabafou após o gol ao comemorar com o zagueiro Anderson Marques, que assim como ele também perdeu posição no time.

No dia seguinte à partida, o jogador voltou a admitir que estava descontente com a condição de reserva, mas que respeitava a decisão de Goiano.

"Fiquei chateado. Não escondi isso de ninguém, porque nos últimos quatro jogos da equipe no Paulistão fiz oito gols. Em 70 partidas no clube, marquei 34 , sendo 44 como titular. Qual jogador não ficaria chateado?", disse na ocasião.

Márcio Goiano não deu pistas se manterá Nunes como titular ou se começa a partida com Eduardo, mesmo com o fato de ter feito o gol salvador diante do Salgueiro no segundo tempo.

Recém-chegado ao clube, Nunes diz estar se sentido bem no São Caetano e tranquilo na disputa por posição com Eduardo. No entanto, cutucou o companheiro.

"Fui bem recebido pelo grupo e estou me sentindo em casa. Quem joga em time grande tem de saber que um momento ou outro vai aparecer alguém na briga pela posição", disse. Depois completou: "Acho que se consegui a condição de titular é pelo que já fiz em minha carreira. Quem escala time não é treinador, é jogador. Claro que ficamos chateados, não tiro a razão do Eduardo, mas tem de trabalhar para conuistar o espaço, porque se reclama e depois não faz, a cobrança é em dobro."

Clube tem prazo para resolver situação de afastados

O Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado deu prazo de uma semana para o São Caetano resolver a situação de seis jogadores afastados dos treinamentos com o restante do elenco desde o início do mês.

A informação foi dada ontem pelo diretor de relacionamento do sindicato, Mauro Costa. "Fomos informados pelos jogadores que estavam treinando separados dos demais. A justificativa foi de que não seriam aproveitados pelo clube no restante da temporada", comentou Costa.

Segundo o sindicalista, a Lei Pelé proíbe esse tipo de tratamento ao jogador. "Isso representa discriminação. Pela lei, o clube tem de emprestar, rescindir o contrato ou reintegrar o atleta ao grupo", explicou.

Ainda de acordo com o diretor, caso o São Caetano não cumpra o acordo, o sindicato vai acionar o Ministério Público. "Tivemos uma reunião ontem (anteontem) com a diretoria do clube e eles prometeram que vão solucionar o caso. Se isso não acontecer, vamos acionar a Justiça", disse.

Entre os atletas afastados estão o lateral-esquerdo Berg e o atacante Henrique Dias. O primeiro foi contratado pelo São Caetano no início do ano a pedido do então técnico Toninho Cecílio. Chegou a ser titular nas rodadas iniciais, mas depois Bruno Recife reconquistou a vaga.

O segundo foi apresentado no ano passado e em alguns jogos da Série B do Brasileiro atuou como titular, mas no Campeonato Paulista deste ano não conseguiu manter a regularidade e perdeu espaço para Antonio Flávio, ex-Santo André.

O presidente do Azulão, Nairo Ferreira de Souza não atendeu às ligações da equipe do Diário para comentar o caso.

Prefeitura promete obra em prédio do Campanella

O secretário de Esportes e Turismo de São Caetano, Gilberto Costa, prometeu que em até 20 dias o antigo prédio de imprensa do Estádio Anacleto Campanella estará totalmente recuperado para uso.

Segundo ele, a obra será custeada pelo clube, que manda seus jogos no local. "A Prefeitura não terá custo algum. O São Caetano vai comprar o material e nós entraremos com a mão de obra. Após a reforma, a Universo Tintas, que é parceira do clube, se encarregará da pintura geral do estádio", comentou o secretário de Esportes.

Interditadas desde o confronto entre São Caetano e Palmeiras pelo Campeonato Paulista de 2009, as cabines de imprensa e outros setores do prédio apresentam vazamentos, janelas sem vidros com pontos de ferrugem e algumas paredes rachadas.

Procurada, a Universo Tintas confirmou que, como parceira do clube, ajudará na recuperação do prédio, mas apenas fornecendo tinta.

Giberto Costa reafirmou que espera conseguir audiência com o ministro do Esporte, Orlando Silva, para os próximos dias, com o intuito de recolocar a cidade na briga para ser subsede da Copa do Mundo de 2014.

O primeiro passo, disse o secretário, é conseguir recursos para concluir a reforma do Anacleto Campanella.

"Espero que em no máximo 15 dias já tenhamos conseguido essa audiência com o ministro. Do contrário, vou ao ministério do mesmo jeito e procurar o setor responsável pelo assunto", garantiu Costa.

A obra, estimada pelo ex-secretário Mauro Chekin, em R$ 2 milhões, consiste em refazer a arquibancada amarela, totalmente corroída pela ferrugem e interditada há quatro anos, e recuperação dos vestiários, que apresentam infiltrações.

Em 2008, o estádio passou por minirreforma. A arquibancada vermelha foi refeita, assim como a marquise das arquibancadas cobertas, para onde foram transferidas as cabines de imprensa.




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