Aos 20 anos de carreira, uma das maiores companhias teatrais do País quando o assunto é experimentação cênica, o Teatro da Vertigem lança livro com o processo do seu primeiro passo, o espetáculo 'O Paraíso Perdido', em 'A Gênese da Vertigem - O Processo de Criação de O Paraíso Perdido' (Editora Perspectiva, 272 pág., preço médio R$ 48).

A obra leva a assinatura de Antonio Araújo, diretor artístico e um dos idealizadores da companhia. Feita na igreja de Santa Ifigênia, em São Paulo, a montagem é um dos principais marcos do teatro contemporâneo nacional.

Ele foi um dos primeiros grupos de relevância a trazer processo de investigação cênica e pesquisa temática aprofundada, que estabelece relação com o texto, com os atores participantes e é feito em conjunto com as impressões deixadas pelo público. Além, é claro, de tomar a cidade como mediadora desse debate, inserindo-se em sua arquitetura, seus dilemas e personagens - método apronfudando em sua segunda peça, 'O Livro de Jó'.

Todos os processos que resultaram no espetáculo, e também os aprendizados que serviram para os outros projetos, estão relatados no livro. Obra documental de profunda importância, ela não é só feita de histórias, mas de indagações e reflexões sobre qual caminho o teatro deve tomar para comunicar-se com a gente de mais longe da beira do palco.  

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Diferentes lugares já foram palco para as cenas do Teatro da Vertigem.

Em comum, todos conservam um aspecto: são paisagens impregnadas por personagens da vida real e que trazem carga de memória afetiva muito grande.
Entre as locações, está a antiga rodoviária da Luz, a igreja de Santa Ifigênia, prédio em construção e hospital.

Além, todos são cenários onde o público pode se tornar parte integrante do enredo, onde são contadas histórias que trazem algo em comum com o cotidiano e os sentimentos coletivos. O cidadão comum, com seus sonhos, medos e alegrias, é o principal protagonista do grupo.

O próximo projeto do Vertigem, ainda em fase de elaboração, é a peça 'Bom Retiro: La Paz', que vai tratar da relação dos imigrantes bolivianos com o bairro típico da Capital e os moradores de lá.