O governo Aidan Ravin (PTB-Santo André) tenta colocar um ponto final hoje em um dos maiores impasses da administração: a insatisfação do DEM, partido considerado da base de sustentação, mas que nos últimos tempos se posiciona de maneira crítica à gestão petebista.

Aidan receberá em seu gabinete, pela manhã, o presidente municipal dos democratas, Raimundo Salles (candidato derrotado ao Paço em 2008), e os três vereadores da sigla, os quais formam, ao lado do PSDB, a segunda maior bancada da Casa.

A intenção do encontro é definir a participação do DEM na base aliada, o que garantirá de vez a governabilidade de Aidan. Uma vez superada a pendência com os democratas, o petebista conseguiria, por exemplo, aprovar a reforma administrativa, enviada ao Legislativo no início de fevereiro.

Com o respaldo do DEM, o chefe do Executivo teria 15 dos 14 votos necessários para a aprovação da propositura. Apenas os seis petistas - contrários à criação do Fundo Social de Solidariedade - votariam contra a proposta.

"Cobramos apenas um pouco de respeito. O governo chamou os demais partidos para conversar, menos a gente. Embora não tenha motivos para fazer oposição ao Doutor Aidan, o meu partido tem. É preciso respeitar as questões partidárias", afirmou o líder do DEM na Câmara, Geraldo da Silva Souza, o Isqueiro.

Ele também demonstrou-se incomodado com suposta interferência do líder de governo, o tucano Marcelo Chehade, na tentativa de influenciar nas decisões dos democratas. "Ele não pode ficar tentando colocar etiqueta nos vereadores do DEM. Temos pessoas qualificadas para nos ajudar. Ele que cuide do PSDB."

O vereador democrata Luiz Carlos Pinheiro, o Pinheirinho, engrossou o coro contra o governo ao criticar o fato de Aidan não ter comparecido, sem dar satisfação, a uma reunião marcada com o DEM, que deveria ter ocorrido ontem.

Segundo Beto Torrado, articulador de Aidan na Câmara, o DEM é considerado sustentação pelas ações demonstradas pelos parlamentares. "Eles sempre estiveram do nosso lado, desde 1º de janeiro, quando votaram na mesa diretora com a gente e depois nas comissões. Além disso, estão em posições estratégicas nas comissões e têm o vice-presidente da Câmara (Pinheirinho)."