O reitor da Fundação Santo André, Odair Bermelho, permaneceu calado durante depoimento prestado na tarde desta sexta-feira aos promotores do Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional para Prevenção e Repressão ao Crime Organizado). Ele foi questionado sobre supostas irregularidades cometidas durante sua gestão na instituição de ensino, mas fez uso do direito constitucional de não responder às indagações. Apesar de optar pelo silêncio, o reitor abriu mão de seus sigilos bancário e fiscal.

Bermelho chegou pouco antes das 14h ao Fórum de Santo André, onde o Gaerco está instalado, e permaneceu no local por cerca de uma hora. A promotoria fez entre 20 e 30 perguntas a respeito das denúncias de peculato e fraudes em notas fiscais, e nenhuma foi respondida. De acordo com o advogado do reitor, Sérgio Salomão Shecaira, a manobra foi decidida para que ele se resguardasse das acusações. "Não temos dúvida de que a verdade vai aparecer e a inocência dele será provada", afirmou.

Para a promotora Sandra Reimberg, o fato de Bermelho se negar a responder às perguntas mas abrir mão de seus sigilos bancário e fiscal "é, no mínimo, curioso". "Como alguém oferece os sigilos e não fala? É incoerente", disse Sandra, acrescentando que essa iniciativa vai facilitar os trabalhos do Ministério Público.

As investigações da promotoria sobre o reitor começaram em 30 de abril e têm prazo de 90 dias para serem concluídas. Como as apurações ainda estão em curso, o Gaerco afirma que é prematuro afirmar se oferecerá denúncia à Justiça, "embora as provas têm sido bastante seguras com relação às irregularidades".