Desde a última semana a Polícia Civil de Diadema está intrigada com um tipo de crime incomum que vem acontecendo no Cemitério Municipal da cidade, no Jardim Elisa: furtos de crânios e ossos depositados no local. Foram pelo menos três ocorrências do tipo registradas, todas no 1º DP (Centro) do município. Em uma delas, ocorrida no dia 9, coveiros repararam que uma das gavetas do ossário estava aberta e o crânio de uma mulher que morreu em outubro de 1992 foi levado. Além do furto, os responsáveis por esse tipo de crime são autuados também por desrespeito ao sentimento religioso e desrespeito aos mortos e subtração de cadáver.

“É difícil de saber quem tem interesse nisso. Mas pode ser desde molecada a gente do mercado negro”, avaliou um dos funcionários do local entrevistado e que pediu para ter a sua identidade preservada. A dificuldade na apuração dos furtos por parte da polícia também é reclamação dos funcionários: a ausência de segurança. Não há câmeras para registrar possíveis invasores e o número de vigilantes no período noturno é limitado. Durante todo o tempo em que a equipe do Diário esteve no local, à tarde, nenhum vigilante foi visto.

“E não temos como evitar ou fiscalizar se alguém quiser furtar algo aqui, é fácil. Já trabalhei no período noturno e ficava eu e só mais um companheiro na portaria. Na escuridão total. É um absurdo. Deveria ter uma central de monitoramento”, apontou um outro funcionário, que também preferiu manter o anonimato. Diário tentou contato com o representante sindical indicado pelos coveiros, mas não obteve resposta.

Por meio de nota, a Prefeitura disse que comunicou a família da mulher enterrada no jazigo violado pelos criminosos. A Secretaria de Defesa Social informou, no entanto, que não há outros casos registrados neste ano. A situação pode ser considerada inédita no local, que já teve reclamações de mau cheiro e excesso de moscas por parte dos moradores vizinhos há alguns anos atrás.

Em nota, o poder municipal informou que estão sendo tomadas providências para que o episódio não se repita, como o aumento na altura do muro, colocação de arame farpado, ampliação do número de seguranças e da iluminação do local, além da instalação de câmeras de monitoramento.