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PM segue em atenção após atentados

Apesar da morte de policiais na Capital, ataques em Diadema são vistos como atos isolados

Rafael Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
26/06/2012 | 07:00
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Por ordem do comando geral da Polícia Militar, na Capital, os batalhões da região seguirão em estado de atenção até que sejam concluídas as apurações sobre a morte de seis policiais durante a última semana e os atentados ocorridos contra bases da corporação na Grande São Paulo.

O comandante geral da Polícia Militar, coronel Roberval França, proibiu os comandantes de batalhões de falarem sobre o tema. Ontem, ele mesmo tratou de minimizar os casos, ressaltando que não se trata de uma ação orquestrada e a apuração está próxima de desvendar os responsáveis pelos crimes. A orientação dada aos policiais é a de que, enquanto isso, deve-se manter a "cautela e atenção" principalmente fora do horário de trabalho.

O Diário circulou pelo Grande ABC e verificou que todas as cidades mantinham barreiras e até soldados em frente às bases e aos batalhões. Até ontem, a região havia contabilizado apenas atentados em Diadema. Na madrugada do sábado, um ônibus e um carro particular foram incendiados. O objetivo era atingir sedes da Polícia Militar próximas dos locais.

A investigação do 1º DP (Serraria) da cidade, responsável pela apuração, já checava ontem informações passadas por testemunhas. Mas a identificação de os responsáveis ficou ainda mais difícil depois de constatado que eles usavam capuzes. Por medo, muitos têm evitado falar com a Polícia Civil. As informações sobre carros utilizados na ação serão mantidas sob sigilo. E existe a possibilidade dos criminosos serem de outra cidade.

O que está descartado, por enquanto, é a ligação entre os atentados. A explicação é de que são ações isoladas, e não orquestradas por facções criminosas. "Não é algo como os ataques de maio de 2006. O que se percebe é mais localizado, vingança contra a prisão, uma reação à atuação policial", disse o governador Geraldo Alckmin (PSDB), referindo-se às últimas ações planejadas por criminosos presos. "Talvez não haja ligação direta com o sistema penitenciário. Mas vamos deixar que a polícia siga com as investigações."

Alckmin acredita que tudo poderá ser resolvido o mais breve possível. "Em questão de horas ou dias todos estarão presos", prometeu. "O governo não irá retroagir um milímetro. A polícia está 24 horas trabalhando e identificando quem são esses criminosos", completou.

Já morreram 39 policiais militares em todo o Estado neste ano. Em 2011, foram 47. A SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública) informou que cinco pessoas já foram presas por participação nas mortes da última semana. E três acusados tiveram seu retrato falado divulgado pelo DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa) e a corregedoria da Polícia Militar.

Se em Diadema o caso está longe ser solucionado, o Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado) investiga se as armas encontradas em um Fusca no sábado no Rudge Ramos, em São Bernardo, seriam usadas para ataques contra policiais.

Na ocasião, policiais civis do Divecar (Delegacia de Investigações sobre Fraudes contra Seguros de Carros) apuravam informação de que criminosos dos bairros Serraria e Eldorado, em Diadema, receberiam o armamento. Foram encontrados no Fusca um fuzil 7.62 milímetros, equipado com tripé e mira telescópica, uma metralhadora calibre 9 milímetros, duas pistolas, uma de calibre 380 e outra ponto 40, e um colete balístico. Dois suspeitos foram presos sem oferecer resistência. Durante os depoimentos, negaram relação com os ataques. (com Agências)




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