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Agenda turística é saída para aquecer varejo em Ouro Fino
Márcia Pinna Raspanti
Do Diário do Grande ABC
21/11/2004 | 11:35
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O comércio de Ribeirão Pires é concentrado no Centro da cidade, e começa a se desenvolver em Ouro Fino. A Prefeitura e a Aciarp (Associação Comercial, Industrial e Agrícola) concordam que, para melhorar o comércio em Ouro Fino, que ainda possui características de bairro, a saída é cativar o turista que circula pela região, atraído pelas opções de lazer.

Ouro Fino é uma região com mais de 10 mil habitantes, e um dos portais de entrada de Ribeirão Pires, já que é cortada pela rodovia Índio Tibiriça. No início do ano, a Prefeitura e o Dade (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias) investiram R$ 820 mil em obras de drenagem, pavimentação e iluminação no local. “A gente já nota a adequação do comércio e abertura de lojas novas”, diz Luciano Roda, secretário de Desenvolvimento Sustentado.

Segundo Roda, não foi feita uma pesquisa para dimensionar o aumento de consumo e o crescimento do fluxo de pessoas que houve após as reformas. “No Centro, onde fizemos obras de infra-estrutura em 2000, houve o crescimento de 30% nas vendas. Ouro Fino deverá ter desenvolvimento semelhante”, acredita.

Ouro Fino possui muitas chácaras que são utilizadas por pessoas de fora da cidade, principalmente nos fins de semana. “O comércio deve atender os moradores e também fazer o turista parar e consumir quando passar pela rodovia”, diz Roda.

O comércio da região é antigo e voltado para o consumo imediato, com farmácias, açougues, artigos de pesca, padarias, lojas de calçados, de presentes, papelarias e agências bancárias. “Os bancos começaram a se instalar na área de 1997 para cá, quando o comércio começou a se fortalecer”, afirma Roda.

Para o gerente da Aciarp, Manuel Mendes Júnior, as reformas estruturais ajudam, mas não são suficientes para revitalizar o comércio da área. “Falta um planejamento mais eficiente para o setor turístico. Precisamos de uma agenda de eventos, um centro de informações turísticas e divulgação sobre o potencial de Ouro Fino”, acredita.

A Aciarp pretende criar parcerias com a Prefeitura para atuar mais efetivamente no setor turístico de Ouro Fino. “Além disso, os comerciantes precisam de mais agressividade para chamar o turista. As lojas precisam ser mais modernas e proporcionar um ambiente agradável para o consumidor”, diz.

Movimento Fraco – Os comerciantes da região também não acreditam que as reformas foram suficientes para incrementar o comércio. “Ficou mais bonito, mas não percebi aumento na clientela. Meus clientes são antigos e os novos vêm por indicação, e não por causa do aspecto do local”, reclama a comerciante Rosa Muraki, 44 anos, há oito proprietária de uma loja de artigos de pesca.

O comerciante Tarcísio Mitani, 65 anos, que possui uma loja de calçados e uma papelaria não viu mudanças no movimento por causa das obras. “É muito difícil uma pessoa parar aqui por causa do comércio. O pessoal que compra mora ou trabalha nas imediações”, afirma.

Isabel Cherman, 62 anos, é proprietária de uma perfumaria há cerca de quatro anos e está um pouco mais otimista. “Observei uma sutil melhora no fluxo de pessoas. Não há como comparar, contudo, com a freguesia das lojas do centro da cidade. Pelo menos, por enquanto”, acredita.

Os moradores da região ainda utilizam o comércio local apenas para suprir as necessidades básicas e para os serviços. “Uso os bancos para pagar minhas contas. De resto, compro mais quando surge uma emergência, como um remédio ou um produto de alimentação. Faço supermercado e compro roupas e sapatos no centro de Ribeirão Pires, aqui é muito fraco”, diz a dona de casa Maria de Fátima Duarte, 34 anos.




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