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Tarancón estréia o Sonoridades Étnicas
Gislaine Gutierrez
Do Diário do Grande ABC
13/12/2004 | 10:23
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A música sem fronteiras é o mote da programação musical desta semana no Sesc Santo André. De terça-feira a sábado, a unidade recebe cinco artistas dentro do projeto Sonoridades Étnicas, que ainda abriga a exposição Memórias Sonoras da Noite, elaborada por Salloma Sallomão, em cartaz até domingo.

Os primeiros acordes do projeto remetem à América Latina. O difusor dessas culturas, no caso, é o grupo Tarancón, que sobe ao palco do teatro para fazer uma retrospectiva de suas quase três décadas de existência.

O percussionista e vocalista Jica, remanescente da formação original, diz que “será uma viagem pelos nove discos da banda”. “Não tem como fugir disso. Mas é uma tarefa agradável, da qual nem queremos fugir”, diz, entre risos.

Isso significa que alguns clássicos estão garantidos, tais como Señora Chichera, Mira Ira, Boquita de Ceresa e Canción Huyano. E tem o que ele chama de “novos clássicos”, como Canto Lunar, composta por Denise Emer, filha de Dias Gomes. É um dos poucos trabalhos da autora, que gravou três discos e depois seguiu trajetória como poeta.

“É uma música reconhecida logo aos primeiros acordes. As mulheres, principalmente, cantam-na inteirinha, mesmo que não tenha tocado em rádios ou se tornado um hit”, afirma. O tema é, basicamente, a esperança.

A intenção da banda é gravar quatro músicas do show no Sesc para um CD ao vivo, que será lançado em 2005 como o primeiro título do recém-criado selo de Jica, Rádio La Bomba.

Para o cantor, tocar – e registrar o show – em Santo André, tem um significado especial. “Somos, provavelmente, a única banda que tocou em todos os sindicatos do Grande ABC durante os tempos de ditadura”, diz.

A região, com sua tradição de luta operária, sempre prestigiou o Tarancón, que continua fazendo shows todos os anos nas cidades do Grande ABC. A ligação da banda com a esquerda política ou com “pessoas interessadas em renovação e em mudar o que considera injusto” continua. E junto com essa leva há os fãs da nova geração, que se identificam com o Tarancón por sua postura alternativa.

Não é à toa que o selo de Jica já surge com uma bandeira pró-mercado alternativo: venda de CDs ao preço máximo de R$ 10. “Se você não paga jabá nas rádios, não tem porque o CD custar mais caro. Por esse preço, é possível oferecer trabalho de qualidade, em todos os sentidos”, diz.

O próximo artista do selo  Rádio La Bomba será o Trio Boa Vista, de música caribenha, cujo nome é uma homenagem aos “hermanos” do Buena Vista Social Club, de Cuba.

Diversidade – A programação do Sonoridades Étnicas segue com os shows de Kátia Teixeira (quarta), Mawaca (quinta), Anima (sexta) e Salloma Sallomão (sábado). Com exceção da última, todas as apresentações ocorrem no teatro, às 21h, com ingressos de R$ 2 a R$ 6. Sallomão se apresentará às 17h, na área de convivência.

Também estará em cartaz no Sesc, na área de convivência, a exposição Memórias Sonoras da Noite. A mostra reúne pinturas, gravuras, desenhos e litografias de viajantes do século XIX.

Sonoridades Étnicas – Abertura nesta terça-feira, às 21h, com o show do grupo Tarancón. No Sesc Santo André – r. Tamarutaca, 302. Tel.: 4469-1200. Ingr.: R$ 6, R$ 5 (usuários matriculados), R$ 3 (idosos e estudantes com carteirinha) e R$ 2 (comerciários). Memórias Sonoras da Noite – Exposição. Na área de convivência do Sesc. De terça a sexta-feira, das 13h às 22h; sábado e domingo, das 9h às 18h. Entrada franca. Até domingo.



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