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Clint Eastwood dá lição sobre tolerância
Por Carla Navarrete
Do Diário OnLine
20/03/2009 | 07:00
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Divulgação


Clint Eastwood não é o tipo de diretor que costuma ser ignorado pelo Oscar. Nos últimos anos, seus longas sempre estão entre os líderes de indicações às estatuetas e são considerados fortes candidatos ao prêmio de melhor filme. "Gran Torino", que estreia nesta sexta-feira nos cinemas de São Paulo, é a exceção à regra, tendo sido totalmente ignorado pela Academia de Ciências e Artes Cinematográficas de Hollywood em 2009. Apesar disso, se engana quem pensa que se trata de uma produção menor.

Veja o trailer

Ao contrário dos considerados ‘especialistas', o público teve uma resposta bem diferente ao longa, que se tornou a maior arrecadação de Eastwood nas bilheterias norte-americanas e vai muito bem nos outros países em que foi lançado - o que não ocorreu com "A Troca", que teve três indicações ao Oscar, mas não faturou tanto nos cinemas. A interpretação de Clint como o turrão Walt Kowalski também já entrou para a galeria de grandes personagens interpretados pelo ator.

Na história, Walt Kowalski é um aposentado rabugento, veterano da Guerra da Coreia, que acabou de perder a mulher. Depois de trabalhar 40 anos na indústria automobilística, passa os dias reclamando e se ocupando de consertos domésticos. Com um bom americano, deixa um rifle sempre a postos para defendê-lo de eventuais problemas.

Walt não se conforma com a atual ordem das coisas. Para ele, os filhos de classe média são uns molengas. Já o bairro em que vive está tomado de gangues de afro-americanos, latinos e imigrantes orientais. As pessoas que ele conhecia se mudaram ou morreram.

O veterano não se importa nem um pouco em ser politicamente incorreto, a ponto de chamar o jovem padre Janovich (Christopher Carley) - que tenta convencê-lo a se confessar - de "um virgem de 27 anos de idade que estudou demais". Seus vizinhos hmong, vindos do sudeste asiático, são desconhecidos que não sabem cuidar das casas e dos gramados.

Em meio a esse cenário, Walt vê sua vida mudar quando o jovem Thao (Bee Vang), que mora ao lado, tenta sem sucesso roubar seu Ford Gran Torino 1972, pressionado pela gangue do primo. Walt não quer envolvimento com os imigrantes, mas acaba se tornando o herói do bairro ao enfrentar os arruaceiros.

Aos poucos, ele passa a conhecer melhor a família que mora ao lado, principalmente Thao e sua irmã Sue (Ahney Her). Walt percebe, então, que tem muito mais a ver com os vizinhos do que imaginava.

Sem querer, o personagem dá uma lição sobre tolerância. Eastwood só não gosta de finais felizes. Ele prefere mostrar a vida como ela é.




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