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Hamas diz que referendo palestino é 'golpe de Estado'
Por Da AFP
10/06/2006 | 14:31
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Movimento islâmico Hamas, no governo palestino, denunciou neste sábado que o referendo convocado pelo presidente Mahmud Abbas é um "golpe de Estado" contra o Executivo.

"Trata-se de um golpe de Estado contra a eleição realizada pelo povo palestino e a legitimidade" que os eleitores concederam ao Hamas, afirmou à AFP um porta-voz do movimento, o deputado Mushir Al Masri.

O deputado assegurou que seu movimento tentará impedir a realização do referendo por todos os meios possíveis.

O presidente palestino, Mahmud Abbas, convocou neste sábado um referendo para 26 de julho sobre uma iniciativa que inclui o reconhecimento implícito de Israel, ao qual se opõe o movimento islâmico Hamas, no governo.

"O povo palestino em Jerusalém, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza é convocado a se pronunciar por referendo, em 26 de julho, sobre o documento de acordo nacional - o documento dos prisioneiros", disse Abbas em um decreto que foi lido em seu nome à imprensa em Ramallah pelo secretário-geral da Autoridade Palestina, Tayeb Abdelrahim.

Em função disso, o primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, do movimento islâmico Hamas, anunciou que se reunirá na noite deste sábado em Gaza com o presidente palestino para manifestar seu desacordo com relação ao referendo de 26 de julho sobre uma iniciativa que, implicitamente, reconheceria o Estado de Israel.

"Neste encontro com Abbas falarei sobre os perigos desse referendo", declarou Haniyeh, cujo governo é formado pelo movimento islamita Hamas, ao anunciar esta entrevista, que será realizada à noite, em Gaza.

Haniyeh enfatizou que é a favor do diálogo como presidente palestino para que o referendo não seja realizado. "Digo sim ao diálogo e não ao referendo. O diálogo deve ser a única via", afirmou.

Por sua parte, o chefe do serviço de imprensa do parlamento palestino anunciou neste sábado, em Ramallah (Cisjordânia), que a câmara manterá uma sessão de emergência para debater a legalidade da consulta.

Elaborado por quadros de diferentes grupos palestinos detidos por Israel, o documento prevê o fim dos atentados em Israel e o estabelecimento do futuro Estado palestino nos territórios ocupados em 1967, o que constitui um reconhecimento implícito de Israel.

O Hamas, apesar das pressões internacionais e da suspensão da ajuda financeira européia e americana depois que o governo islâmico assumiu suas funções em março, se nega a reconhecer o direito à existência de Israel, a renunciar à luta armada e a aceitar os acordos assinados entre os palestinos e o Estado hebreu.




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