O porte de bailarina, a calma e a segurança com que fala de sua arte não escondem a origem de Aurélia Thierrée Chaplin, 36 anos.

A neta de Carlitos diz que não tem muitas lembranças do avô, morto quando ela tinha apenas 4 anos. Mas, a arte de um dos maiores artistas de todos os tempos continuou na família. "É uma coisa bonita fazer parte da família Chaplin", conta.

Conhecidos na França como ‘la famille des enchanteurs', ou, ‘a família dos encantadores', os Thierré-Chaplin são os pioneiros de um movimento batizado de ‘novo circo'.

Este ‘novo circo' tem hoje, como seu representante mais conhecido, a trupe canadense do Cirque du Soleil.

Desde cedo, Aurélia e seu irmão, James, viajavam o mundo com o Cirque Imaginaire (Circo Imaginário), espetáculo criado por seus pais, Victoria Thierrée Chaplin e Jean-Baptiste Thierrée.

Foi lá, que a artista aprendeu a aliar disciplina e sensibilidade ao mundo da fantasia. Na França, ela é conhecida como ‘enfants de la balle', expressão que define crianças nascidas de pais artistas, criados nos bastidores dos teatros ou no picadeiro de um circo, que desde bem pequenos seguem a profissão dos pais.

Atriz, contorcionista, bailarina e acrobata, Aurélia é considerada um dos expoentes da nova geração das artes cênicas na França. Seu irmão não fica atrás: ator, diretor, acrobata, bailarino, trapezista e violonista, James está em turnê com seu Au Revoir Parapluie (Adeus Guarda-chuva), vencedor de quatro prêmios Molière em 2006.

Sobre o peso de tudo isso em sua arte, a atriz contorna: "As pessoas vão aos espetáculo esperando isso. Às funciona, outras não. É normal".