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Firma de fundo de quintal ignora CPI e oculta documentos exigidos por integrantes da comissão

Vereadores haviam solicitado declarações de bens e dados de engenheiro

Por Júnior Carvalho
do Diário do Grande ABC
20/05/2017 | 07:00
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Suspeita de ser empresa fantasma e investigada por contratos sem licitação com o governo do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), a Mendonça e Silva, firma situada nos fundos de cortiço na periferia da cidade, ignorou as exigências da CPI na Câmara e não entregou documentos solicitados pelos vereadores. Os dados seriam objeto de análise na audiência de ontem, a quarta desde o começo dos trabalhos no Legislativo. Contudo, expirado o prazo de 15 dias, a firma não se manifestou.

Os documentos exigidos e não entregues foram as declarações de Imposto de Renda da firma a partir de 2013. A companhia começou a ser contratada no ano seguinte pela gestão Lauro para tocar reformas em telhados de escolas municipais. Foram exigidas também planilhas de bens da empresa referentes aos anos de 2014 e 2015. “O que, a princípio, eram só indícios começa a ganhar formato de que (a empresa) tem culpa no cartório”, criticou Josa Queiroz (PT), relator da CPI, ao criticar a não entrega de documentos por parte da construtora.

Na semana passada, Josa revelou, durante os depoimentos dos secretários Tatiane Ramos (PSB, Educação) e José Marcelo (Obras), que a Mendonça e Silva, no processo de contratação por meio de carta-convite, superou empresas maiores e com experiências no ramo que também mostraram interesse nos convênios, entre elas a ECG Engenharia Construções e Geotecnia, responsável pela construção da Fábrica de Cultura, no Centro de Diadema, cujo contrato é de R$ 14,3 milhões.

Josa explicou que a firma será novamente acionada a entregar os dados solicitados, num prazo de mais 15 dias, sob a possibilidade de ser acionada na Justiça. “Se a firma não responder aos pedidos, vamos procurar as vias judiciais (para forçar a empresa a entregar os documentos) e fazer valer os direitos da CPI”, disse.

Dono formal da empresa, Orisvaldo José da Silva será novamente convocado pela comissão para prestar informações não esclarecidas, entre elas o nome de seu sogro, indicado pelo empresário como um dos responsáveis pela empresa – ele negou informar o nome do parente. A pedido da CPI, a administração forneceu dados da mulher de Orisvaldo, Amélia Mendonça França da Silva, que chegou a ser beneficiária do programa Bolsa Família, mas não foi possível chegar ao nome do sogro do empresário.

Na próxima semana, vereadores irão visitar três escolas que teriam recebido serviços da firma. 




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