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Adversários isentam Avamileno na suspeita de desvio de verba
Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
02/09/2011 | 07:04
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Após indiciamento do Ministério Público a 11 pessoas, entre elas o ex-prefeito de Santo André João Avamileno (PT) e a ex-secretária de Educação Cleuza Repulho, por suposto desvio de R$ 48,8 milhões do erário nos últimos quatro anos da gestão petista, tanto governistas como adversários saíram em defesa do ex-prefeito ontem na Câmara. Segundo a denúncia do MP, a Prefeitura assinou convênios com a ONG Castanheira, que não prestou contas na íntegra dos serviços contratados, e beneficiou empresas ligadas aos administradores da entidade.

Para o vereador Marcelo Chehade (PSDB), Avamileno foi enganado pela "turma do Castanheira", instituto com forte ligação com Cleuza, que abandonou a administração antes do término por atrito político. "Ele não sabia e foi ludibriado pela Cleuza. Ficava fácil inventar números de serviços. Os repasses eram maiores do que execuções." O tucano sugeriu que a fraude pode estar ativa na Prefeitura de São Bernardo com outro nome.

O MP apresentou à Justiça ação de improbidade administrativa e cobra a restituição de R$ 168 milhões à cidade, sendo R$ 120 milhões em multas e indenizações. Segundo a promotoria, o Castanheira, com menos de um ano de fundação, "não detinha experiência anterior a título de capacidade técnica".

O vereador Paulinho Serra (PSDB) sustentou que tentou criar comissão de fiscalização de contratos e parcerias à época. Segundo o tucano, Avamileno pode estar isento. "Contesto o alto valor gasto com qualidade baixa pela secretária. Fizeram ‘quarteirização' da mão de obra, desvalorização do funcionário de carreira, desperdício do dinheiro público, precarização dos serviços."

Os demais nomes relatados com responsabilidade nas irregularidades são Aruanã Cortez Júnior, Luciana Hubner Domingos, Lília Spíndula, Lélia Spíndula, Renata Leitão, Alexis Lucena, Itamar Santos, Neide Santos e Irlei Ribeiro Santos.

Na ação consta que os integrantes da família Lucena (Lília, Aruanã e Alexis), como administradores da ONG e proprietários de empresas contratadas, além de beneficiários dos atos de improbidade, tinham conhecimento do plano para desviar verba destinada a convênios, dentre eles o da própria família (Leli Recreações Infantis e Cortez de Lucena Advocacia) e as de propriedade do amigo Itamar (IRDS e Ideal RH Service).

Para o vereador Antônio Leite (PT), os contratos com institutos, como o Castanheira, são praticamente os mesmos contratados pelo governo Aidan Ravin (PTB): Neca e Brasil Novo. "Recebi relatório da secretária Cleide Bochixio. São preços muito semelhantes."

Cleuza não retornou aos contatos para comentar o caso.




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