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PSDB define nesta 2ª
expulsão de vereadores
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
12/09/2011 | 07:33
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A Comissão de Ética do PSDB de Diadema decide hoje se expulsará os vereadores Lauro Michels e Márcio Giudicio, o Márcio da Farmácia. Ambos votaram a favor do aumento no número de vereadores da cidade - de 17 para 21 - desobedecendo orientação estadual para que brigassem pela manutenção da representatividade nas câmaras municipais.

O presidente do PSDB local, vereador José Francisco Dourado, encaminhou relatório sobre o ocorrido ao grupo, que ainda não analisou o caso porque alguns integrantes viajaram devido ao feriado do Dia da Independência. A reunião está marcada para hoje, no fim da tarde.

Dourado, que defendia acréscimo para o teto de 23 vereadores cadeiras, se ausentou do plenário durante votação do projeto para não contrariar a determinação da executiva paulista. "Minha vontade não pode prevalecer a uma orientação do partido. Sou um cara partidário", justificou.

Dirigentes tucanos entendem que o caso é passível de expulsão. Muitos apostam que a Comissão de Ética não vai perdoar a atitude dos dois vereadores, ainda mais porque Dourado tentou demovê-los da ideia de desobedecer a norma da estadual.

O mandatário tucano negou que haverá caças às bruxas, mas garantiu que seguirá o que a Comissão de Ética determinar. Além disso, sustentou que haverá amplo direito à defesa de Michels e Márcio. "Se forem expulsos, poderão falar com a executiva estadual. Vou apenas cumprir o que for acordado."

Michels e Márcio argumentam que contrariaram a determinação porque há documentos do Ministério Público que exigem que Diadema tenha entre 21 e 23 vereadores. "Não posso descumprir o que está na Constituição. Tenho um mandato sério e pautado nas questões jurídicas sérias", afirmou Márcio.

Ventila-se nos corredores da Câmara que os tucanos forçarão expulsão do PSDB para deixarem a legenda sem riscos de perderem seus mandatos. Os dois estão praticamente certos com o PV, da deputada Regina Gonçalves, e Michels deverá ser candidato a prefeito pelo partido no ano que vem.

Michels, inclusive, tem conversado com partidos que possam orbitar em torno de sua candidatura. O tucano procurou o PR e o PP para formar um arco de alianças capaz de competir com o prefeito Mário Reali (PT), que buscará a reeleição, e com o ex-deputado estadual José Augusto da Silva Ramos (PSDB), seu desafeto político. "Ele, de fato, foi o único pré-candidato a nos procurar. Mas ainda não temos nada definido. Estamos conversando", confirmou Gesiel do Acre, presidente do PP.

 

Reali dá ultimato a aliados sobre voo solo

 

O prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), deu prazo até outubro para os partidos da base aliada decidirem se terão candidatos próprios à Prefeitura. O recado foi dado às candidaturas aventadas de PCdoB, PV e PTB, todos integrantes do bloco governista e com espaço na administração petista.

Defensor da polarização na disputa eleitoral de 2012, Reali reafirmou que irá exonerar funcionários de legendas que projetarem voos solos. "Ou todo mundo rema para o mesmo lado ou saem do barco. Temos de resolver isso até outubro", garantiu o prefeito.

Na semana passada, a executiva estadual do PCdoB cogitou lançar o presidente da Câmara, Laércio Soares, como candidato em Diadema por entender que o comunista é uma liderança consolidada na cidade e que teria viabilidade eleitoral. Laércio ponderou a intenção, condicionando o plano à estrutura para campanha, mas não descartou estar fora do páreo.

PTB e PV têm se movimentado para contarem com candidatos próprios. O presidente estadual do PTB, deputado Campos Machado, assegurou que a sigla terá nome forte na corrida eleitoral, provavelmente com a sindicalista Silvana Guarnieri. O PV está prestes a filiar o tucano Lauro Michels como postulante ao Paço pelo partido.

"Há muito ruído nas discussões. Com o PTB, por exemplo, quero falar com o Campos e ver qual a real intenção do partido", disse Reali. "Eu converso com todos, abro esse canal de diálogo. Mas não vou sustentar terceira via. Não vou acolher pessoal em cargo de comissão que não está comigo no projeto de reeleição", sustentou.

A postura incisiva de Reali tem causado turbulência na base aliada, principalmente no PV. Integrantes verdes que não prospectam ser candidatos em 2012 defendem manutenção do acordo com o PT, que rendeu a Secretaria de Meio Ambiente e mais cerca de 40 cargos na administração petista.

O secretário de Meio Ambiente, Ricardo Souza, manifestou publicamente desejo de continuar auxiliando o governo Reali e disse que levará esse debate para a deputada estadual Regina Gonçalves e para a presidente municipal do PV, Denise Ventrice. Comenta-se que, caso a candidatura própria seja irreversível, Souza deixará o PV e rumará ao PDT, que filiará o ex-prefeiturável Ricardo Yoshio.




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