Usuários do Parque Prefeito Celso Daniel, em Santo André, não sabiam que as 23 câmeras de vigilância estão sem funcionar há cerca de três anos. No entanto, o clima de insegurança já existia antes de receberem a informação, revelada pelo Diário em reportagem publicada sábado.

Grande parte dos visitantes evita frequentar o espaço à noite. É o caso da médica Nava Erlich, 59 anos, que vai ao parque há aproximadamente 25 anos. "Sinto-me segura apenas durante o dia. Se soubesse que as câmeras estivessem funcionando e sendo monitoradas, ficaria mais tranquila."

Os equipamentos - instalados em 1999 quando o local passou a funcionar 24h por dia - se transformaram em sucata. A central de monitoramento, que ficava dentro da sala da Guarda Civil Municipal, agora abriga apenas os guardas-civis. Em 2010, por problemas na segurança, o horário de funcionamento ficou limitado entre 5h e 22h.

"É o dinheiro público sendo usado de forma indevida. Na hora em que acontecer algo, vão colocar as câmeras. Segurança é imprescindível, principalmente para a gente que vem com crianças", diz o empresário Francisco Deijanyr, 49, que costuma levar os dois filhos à área verde aos domingos.

Frequentadores assíduos também perceberam a diminuição do efetivo da GCM. Em 2008, eram 25 guardas em rondas e quatro seguranças patrimoniais. Hoje, segundo a Prefeitura, são 22 fixos, divididos em plantões de 12 horas.

"Tem pouquíssimos guardas, e eles deveriam estar dando voltas o tempo todo pelo parque", afirma o advogado Hélio dos Santos, 71, que já presenciou tentativa de assalto a uma mulher no local.

Segundo Santos, outros problemas são a falta de iluminação e o mau uso do estacionamento. "As pessoas deixam o carro aqui e vão andar no shopping ou no Centro. Os verdadeiros usuários do parque não encontram vaga."