Economia Titulo
Mercado aquecido
eleva dança das cadeiras
Por Karina Nappi
do Diário do Grande ABC
12/09/2011 | 07:21
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No Brasil, a taxa de crescimento do mercado de trabalho está acima dos 5% e isso permite que 80,4% das companhias participantes da pesquisa guia salarial preparada pela Hays, empresa de recrutamento, pensem em possível recrutamento de funcionários para novas posições nas companhias neste ano.

O levantamento revela ainda que entre as quatro nações pesquisadas o Brasil ocupa o primeiro lugar no quesito disponibilidade de mudar de país, com 82% dos entrevistados dispostas a morar em outra nação pelo emprego. A última posição é ocupada pelos italianos, com 74,3%. A Europa é considerada o destino preferido destes profissionais.

Conforme a pesquisa, a crise econômica atinge os países europeus, enquanto o Brasil está prosperando. Ser sede da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, a maior presença de empresas multinacionais, a expansão das companhias nacionais para o Exterior e os investimentos oficiais resultaram na maior demanda por profissionais de diversas especialidades e perfis com experiência educacional variada em quase todas as regiões.

Os trabalhadores brasileiros em sua imensa maioria (86,2%) visam à mudança de seus empregos atuais. Contudo, metade deles ainda não começou busca adequada por novo emprego. Desses, 44,7% declararam que há boas oportunidades profissionais no mercado, enquanto 39% notaram recuperação econômica gradual. Por isso a remuneração variável, ligada ao desempenho do profissional, é adotada como técnica de retenção de talentos por 63% das empresas nacionais.

 "Tivemos percepção clara que as pessoas são as grandes preocupações das empresas. Os movimentos de cadeiras têm acontecido mais rápido e mais vezes. As remunerações aumentaram e a dificuldade de reter os funcionários cresceu, o que favorece a remuneração variável, que é fruto do mérito dos funcionários", diz o diretor da Hays, Rodrigo Viana.

CRISE

Entre os países analisados, o Brasil é o que melhor enfrenta a crise mundial, com expectativa de alta de 5% no Produto Interno Bruto. Portanto, as perspectivas de trabalho, tanto para os candidatos quanto para os empregadores, são mais promissoras. De olho nessas oportunidades, 70,5% dos brasileiros disseram que procuram melhor desenvolvimento profissional e pessoal.

Diante da possibilidade de mudar de emprego, 55,3% dos entrevistados do País não aceitariam redução de salário, enquanto que 44,7% já aceitaram com o objetivo de abraçar novo projeto ou mudar de área. A falta de conhecimento de uma língua estrangeira é um dos principais problemas enfrentados no País, esta é uma questão fundamental para quase 83% das empresas pesquisadas.

País precisará de 150 mil engenheiros

O recente crescimento da economia e os programas governamentais de investimento em infraestrutura elevaram a demanda de mão de obra para o setor da construção.

No fim de 2010, havia 1.104 obras dessa natureza em projeto ou em construção. Juntas, elas compõem orçamento de quase R$ 370 bilhões.

Desse total, 41% devem ser investidos em projetos de energia (combustíveis e elétricas), notadamente em obras do pré-sal - cinco dos dez projetos de infraestrutura mais caros orçados atualmente são da área de petróleo.

O maior número de obras está em saneamento: 537, quase metade do total.

De acordo com a Federação Nacional de Engenheiros, se o País crescer 6% ou 7% ao ano, serão necessários 80 mil engenheiros por ano, o dobro dos que se formam hoje. Segundo a Confederação Nacional da Indústria, até 2012 faltarão cerca de 150 mil engenheiros para preencher as vagas que estão surgindo, excluindo-se aquelas voltadas a técnicos de nível médio e pós-médio.

Mercado de TI vai movimentar US$ 250 bilhões até 2020

A pesquisa da Hays aponta que no caso do segmento de Tecnologia da Informação, importantes fatores adicionais contribuíram para elevar a demanda e o aumento de vagas no mercado de trabalho para profissionais especializados.

Um desses fatores é o movimento de internalização de alguns recursos pelas empresas da área de TI, especialmente em funções mais próximas aos negócios, como segurança da informação e gestão de projetos e sistemas corporativos.

Boa parte dessa tendência deve se manter nos próximos anos, já que é fundamentada em cenários para o médio e longo prazos. Deve ser mantida, por exemplo, a demanda por profissionais de de infraestrutura, gestão de projetos e analistas de negócios. Gradualmente o País conquista uma posição de hub de desenvolvimento de tecnologia no mercado mundial. Segundo o Softex, agente financiador de TI, até 2020 o mercado mundial de terceirização na cadeia global de tecnologia da informação deve movimentar cerca de US$ 250 bilhões. E tende a crescer a fatia verde-amarela dentro desse bolo.




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