Política Titulo Santo André
Contas de Aidan são adiadas outra vez

Apesar de até a bancada do PT de Sto.André
sinalizar pela aprovação, o item foi cancelado

Fabio Martins
Do Diário do Grande ABC
23/10/2015 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


As contas de 2010 e 2011 do ex-prefeito de Santo André Aidan Ravin (PSB) foram novamente adiadas ontem no Legislativo, frustrando expectativas do grupo do socialista que compareceu à Câmara. Mesmo com sinais de que até a bancada do PT, a maior da Casa, com cinco vereadores, daria crivo favorável aos balancetes, com parecer positivo do TCE (Tribunal de Contas do Estado) – apesar de algumas ressalvas no primeiro ano –, a votação ficou adiada em uma sessão, estendendo-se por mais de um ano e meio em tramitação. Por dez votos a nove, os parlamentares cancelaram todos os itens da pauta ao fazer contrapartida entre projetos da lista.

Durante a plenária, Aidan chamou cada vereador para conversa particular, colhendo a posição em relação às contas e se havia clima para a apreciação. O ex-prefeito ouviu indicação de que não havia problemas na votação. Ele já havia levantado na segunda-feira, em pizzada, postura de oito dos 21 vereadores, entre eles, integrantes da base de sustentação do governo Carlos Grana (PT). O encontro do socialista com parte dos parlamentares deixou parcela da Câmara ressabiada quanto ao teor das tratativas. Outro fator que de certa forma pesou foi a articulação de Aidan se dar em momento em que o único parlamentar do PSB, Almir Cicote, estar de licença de 15 dias.

A possível votação das contas caiu por terra em definitivo depois da falta de consenso em proposta de reforma administrativa da Casa, elaborada pela FIA (Fundação Instituto de Administração). Protocolado no fim de 2014, de autoria da mesa diretora, o projeto de reorganização, que extingue e cria funções gratificadas, também integrava a ordem do dia. O vereador José Montoro Filho, o Montorinho (PT), afirmou que para travar o item das mudanças de cargos internos as contas entraram na negociação. “Essa reforma está pela metade. Pagaram R$ 350 mil e ainda não convenceu. Não tem sequer impacto financeiro. Precisa ser melhorada, com emendas.”

Em tom de lamentação, Aidan alegou que entende com “tranquilidade” que outras pendências do Legislativo influenciaram na prorrogação de prazo. “Não vejo nada político”, frisou, ao acrescentar que dialogou, inclusive, com o secretário de Governo do Paço, Arlindo José de Lima (PT), falando que “estava tudo certo”. Por outro lado, o ex-prefeito aproveitou a oportunidade para cutucar a situação. “Já fui vereador e votei contas do Celso Daniel (morto em 2002) e João Avamileno (ambos do PT). Não tivemos problemas para votar mesmo todas reprovadas (parecer do tribunal).”

O novo adiamento das contas chegou a ser tema de bate-boca na tribuna. Alguns pares colocaram em xeque a motivação do caso. Em contrapartida, Aidan descartou “maldade” diante das circunstâncias, confiando que o entrevero se deu exclusivamente devido aos problemas no estudo da FIA. “Se tira o processo (da reforma) e vota só as contas iam falar que houve jogo político porque teve a pizza (bancada por ele), fez negócio. Então, não tiraram nada fora da pauta.”  




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