O presidente da Câmara de Ribeirão Pires, José Nelson de Barros (PSD), decidiu que não irá nomear pré-candidatos à Prefeitura para a CPI da Saúde. Aliado do prefeito Saulo Benevides (PMDB) – cujo governo fica em xeque com a investigação –, o pessedista alegou não querer “misturar política com a CPI”.

A medida unilateral atinge em cheio as pretensões do único vereador do PT na cidade, Renato Foresto, também pré-candidato ao Paço. A decisão pode ser contestada, pois a Constituição Federal não veda participação de vereadores candidatos em CPIs.

“Eu quero participar da CPI e exijo explicação caso eu não participe. Acho uma tremenda besteira (a não colocação de pré-candidatos na CPI). Todos somos pré-candidatos, seja para prefeito ou vereador, e todos têm um lado. Não tem cabimento isso. Em qualquer Câmara séria o proponente já é automaticamente o relator. Aqui a lei é confusa e cada hora é uma coisa”, alegou Renato. Gabriel Roncon (PTB), que deve ser candidato a vice na chapa de Adler Kiko Teixeira (PSB), também estaria impedido, segundo o presidente. Mas ele adiantou que não quer fazer parte da comissão.

Outra decisão de Zé Nelson é contratar corpo jurídico externo para atuar na CPI. “O jurídico da Casa também tem possível candidato a prefeito e pode surgir o mesmo problema. Vamos usar um particular que já tem contrato com a gente para evitar isso”, explicou.

Diretora jurídica da Casa, Rosana Figueiredo não quis comentar a escolha de assessoria particular em detrimento da própria. Ex-integrante do primeiro escalão de Saulo no comando da Pasta de Assuntos Jurídicos, Rosana faz parte da partido Rede Sustentabilidade e é uma das cotadas para ser candidata a prefeita em 2016.

A CPI engloba investigação de contratos da Pasta da Saúde com a FUABC (Fundação do ABC) e Santa Casa, qualidade do serviço prestado, motivos da falta de médicos, processo de licitação para construção de hospital municipal e causas que provocaram o fechamento da Farmácia Popular, por exemplo.