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Rogério expõe frustrações com PT

Vereador de Mauá diz pode reavaliar desfiliação da legenda, mas reclama de passado ‘sem espaço’ no partido: ‘Não enxergo crescimento’

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
13/10/2015 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


Recém-exonerado do comando da Secretaria de Serviços Urbanos de Mauá, o vereador licenciado Rogério Santana (PT) expôs série de críticas à legenda e reclamou da falta de apoio a projetos eleitorais. O ainda petista deixou o governo Donisete Braga (PT) na semana passada e anunciou que está de malas prontas para a Rede Sustentabilidade.

Rogério, que reassumirá o mandato na sessão de hoje, argumentou que um “ciclo” de reveses no partido o fizeram a abandonar o petismo. A mais recente aposta do petista que naufragou foi a tentativa de buscar ser indicado à vice na chapa de reeleição de Donisete. “Eu nunca afirmei que a minha permanência no governo e no PT tivesse condicionada a ser ou não ser vice (em 2016), mas não posso negar que isso pesou na decisão. Foi todo um ciclo. Todas vezes que tentei articular candidatura, não consegui”, lamentou o petista.

Em 2010, Rogério teve sua primeira decepção com o PT mauaense. Presidente da Câmara na época, o petista travou disputa dura com o então presidente do PT na cidade, Helcio Silva, para ser o candidato do partido em Mauá a deputado federal. Na ocasião, o prefeito Oswaldo Dias (PT) bancou o nome de Helcio (que havia sido seu secretário de Obras) à disputa por cadeira em Brasília e escanteou Rogério. Irritado, decidiu pedir votos ao deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT). Helcio acabou como suplente.

No ano seguinte, nas discussões sobre a eleição municipal de 2012, Rogério atuou, ao lado de Donisete e de outros nomes do PT, para desconfigurar a chapa Oswaldo e Paulo Eugenio (então vice-prefeito e secretário de Saúde), com a intenção em integrar a chapa majoritária petista. O jogo embaralhou. Donisete foi escalado para tentar manter a hegemonia do PT em Mauá e, após intenso debate no diretório e racha histórico no partido, Helcio foi definido como vice. Já era o segundo revés de Rogério, que voltava a sonhar com candidatura a deputado federal para 2014.

Em 2013, porém, Helcio renunciou ao posto de número dois do Paço e assumiu mandato tampão no Congresso Nacional, se fortalecendo para ser novamente indicado pelo PT a disputar cadeira na Câmara dos Deputados (ficou novamente como suplente). “Diante desse ciclo, eu não consigo enxergar espaço de crescimento político dentro do PT. Quando existe um passado de frustrações, você acaba vislumbrando outras saídas. É a única coisa que resta, você faz avaliação de toda a história.”

O parlamentar disse que ainda não se desfiliou do PT, mas não negou que pode reavaliar sua posição de deixar o partido. “A minha decisão pessoal está tomada, mas na política a gente sempre precisa fazer escolhas coletivas, por isso, ainda vou conversar com amigos”, ponderou, ao desconversar sobre candidatura ao Paço.




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