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Prefeitura e Polícia Ambiental fecham matadouro clandestino
Nelson Donato
Especial para o Diário
02/10/2015 | 07:00
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Operação promovida em Diadema fechou criação ilegal de suínos que funcionava como abatedouro, na manhã de ontem, no bairro Eldorado. Participaram da ação integrantes da Delegacia do Meio Ambiente, Polícia Civil, Vigilância Sanitária, CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e um grupo de ativistas voluntários.

O sítio no qual ficavam os 29 animais tinha lixo e dejetos, além de focos de mosquitos da dengue. Ao chegarem ao local, as equipes foram recebidas por dois homens. Segundo eles, o estabelecimento pertencia a uma terceira pessoa, que não estava. Eles disseram que os animais não eram abatidos ali, porém, foram encontrados aventais e facas.

As condições nas quais os porcos viviam também eram inadequadas. Os chiqueiros eram apertados e a alimentação era constituída por lixo de restaurantes da região. Em meio a bagaços de frutas, foram encontrados plásticos e até metais. A água tinha larvas e não era trocada há dias.

Chefe do CCZ, a veterinária Carla Cruz lamenta que esse tipo de situação ainda ocorra. “O local é insalubre, muita água acumulada, o que é propício para pragas como mosquitos e ratos. Aqui é área de nascentes e os dejetos estão contaminando o solo.” Ela também destaca o mau estado dos animais. “Eles não estão bem de saúde. Encontramos uma lâmina de barbear entre os alimentos. Se eles ingerirem, além da dor, podem ter hemorragias internas e há risco de contaminação da carne.”

Conforme a Lei Municipal 2.277, de 2003, a criação de porcos é proibida em Diadema. Esta legislação soma-se ao Código Estadual de Vigilância Sanitária de 1978, que veta a criação de suínos em áreas urbanas. “Diadema é 100% urbana, portanto, estão infringindo pelo menos duas leis”, explica a veterinária da Vigilância Sanitária da cidade, Taiz Aparecida Martins Bento.

Segundo ela, o local é acompanhado desde 2005, mas apenas agora foi possível realizar a operação. “É algo que demanda vários departamentos. Não adianta fechar o terreno e não ter onde deixar os animais. Agora sabemos que terão um lar de verdade.”

Um dos ativistas, que preferiu não se identificar, revela a revolta com a situação. “É lastimável, precário e nojento. Fere o direito de todos animais.”

O proprietário chegou mais de uma hora após o início das atividades. Ele alegou desconhecer as proibições. Ao ser indagado sobre os objetos usados no abate, afirmou que os encontrou no lixo.

O resgate foi difícil. Ariscos, os porcos lutavam contra os voluntários, que tentavam removê-los das pocilgas e colocá-los no caminhão que os transportou para um santuário em São Roque, interior do Estado.

O dono do sítio e os dois funcionários foram encaminhados para a Delegacia do Meio Ambiente, onde responderão por crimes ambientais e maus-tratos aos animais.




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