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Com Auricchio, PSDB tenta deixar fracassos no passado

Após comandar a Prefeitura com Dall’Anese, sigla
viveu ostracismo na cidade em eleição com 424 votos

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
14/09/2015 | 07:00
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Montagem/DGABC


Há quase duas décadas longe do comando da Prefeitura de São Caetano, o PSDB aposta na candidatura do ex-prefeito José Auricchio Júnior (que filiou-se na semana passada) ao Palácio da Cerâmica para devolver ao partido a cadeira que fora ocupada apenas uma vez pelos tucanos, entre 1993 e 1996, com Antônio José Dall’Anese – foi eleito pelo PTB, mas migrou para a legenda durante o mandato.

O ingresso do ex-prefeito na sigla também mira o protagonismo da legenda na Câmara. O histórico do PSDB em disputas por vaga no Legislativo são-caetanense não é dos mais generosos. Em 2012, a legenda emplacou apenas um representante, Beto Vidoski. Apesar de ter sido o mais votado na cidade (3.026 votos), os quase 8.000 sufrágios recebidos pela coligação PSDB-PTdoB-PTC-PRB não foram suficientes para esticar a bancada tucana. Na avaliação dos militantes, o recall eleitoral de um ex-prefeito deverá refletir positivamente na chapa de candidatos a vereador em 2016.

“O Auricchio é um ótimo quadro (para o partido). Deixou a Prefeitura há pouco tempo, a cidade ainda lembra muito dele, é capaz de voltar (ao Paço). Vai ser bom para o PSDB”, analisa Dall’Anese, que condiciona o bom desempenho da chapa proporcional tucana no pleito do ano que vem à escolha criteriosa de candidatos. “(A eleição de uma bancada na Câmara) Vai depender dos nomes que escolherem.”

HIATO
Antes da atual legislatura, o PSDB de São Caetano amargava longo hiato no quesito presença dos tucanos no Legislativo. A última vez que elegeram vereador tinha sido em 1996, com Moacir Gallina e Eduardo Agostini. Naquele ano, Claudio Demambro (PSDB) perdeu para Luiz Olinto Tortorello (PTB) a disputa pelo Paço – ficou em segundo lugar, com 28 mil votos.

De lá para cá, o desempenho do partido só piorou. Na corrida pela Prefeitura de 2000, com Demambro novamente na cabeça da candidatura, a legenda recebeu pouco menos que 5.000 votos (terceira colocação). A chapa candidatos a vereador contava com nove nomes que, juntos, tiveram 1.219 votos. Em 2004, o PSDB abriu mão de candidatura própria ao Paço e apoiou Auricchio. Fez coligação com o PPS na briga por cadeira na Câmara e, com apenas cinco postulantes a vereador, viu sua performance nas urnas despencar para 523 votos.

Mas o pior momento foi em 2008, quando os tucanos se juntaram aos nanicos PTN e PSDC na eleição para vereador e os 12 candidatos da legenda receberam escassos 424 sufrágios. Em contrapartida, o PSDB sempre ocupou cargos estratégicos nos governos de Auricchio, como o comando da Secretaria de Segurança Pública (Moacyr Rodrigues) e a reitoria da USCS (Universidade de São Caetano), com Silvio Minciotti. “O PSDB foi o partido que mais me emprestou pessoas técnicas para me ajudar nos meus mandatos”, destaca Auricchio.

Para refletir o otimismo em torno da candidatura de Auricchio à Prefeitura de São Caetano em 2016, o PSDB local busca reforçar a chapa de candidatos a vereador. Tanto que parlamentares eleitos têm sido sondados para mudarem à trincheira tucana. A aposta é ter fôlego com a mudança nas regras partidárias, que permitem filiações com objetivos eleitorais até seis meses antes do pleito – atualmente vigora a regra de um ano de prazo.




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