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Mínimo de R$ 580 injetará R$ 19,6 milhões no Grande ABC
Por Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
12/01/2011 | 07:04
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Caso o salário-mínimo suba de R$ 510 para R$ 580 (diferença de R$ 70), como reivindicam as centrais sindicais, será injetado no Grande ABC R$ 19,6 milhões. Isso porque, [/01.TXTNORMAL]dos 400 mil beneficiários na região, cerca de 280 mil recebem apenas um salário.

O cálculo foi feito com base na média nacional, que mostra que dos 27 milhões de beneficiários brasileiros, 18 milhões (70%) recebem R$ 510 por mês. O presidente da Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do Grande ABC, Benedito Marcílio, diz não ter os dados da região, mas confirma os números nacionais.

Ontem, centrais sindicais (CGTB, CUT, Força Sindical, CTB, UGT e Nova Central) acordaram que nos próximos dias serão realizadas manifestações pelo aumento do salário para R$ 580.

Entre as medidas adotadas pelos dirigentes está a divulgação de nota única expondo as razões para o governo conceder o aumento do mínimo acima dos R$ 540 propostos; a realização de manifestação dia 18 em São Paulo e o pedido de audiência com a presidente Dilma Rousseff, a fim de retomar as negociações iniciadas no fim do ano

Vale lembrar que o mínimo também serve como referência para o pagamento de benefícios de assistência social e seguro-desemprego.

"Temos pacto com o governo de recuperar o salário-mínimo gradativamente até 2023. O acordo, que utiliza o índice da inflação e a variação do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos, serve como base para o aumento, e não o teto. Para que a recuperação ocorra é necessário ter aumento real, senão estaremos criando um hiato neste processo que se mostrou benéfico para o País", diz o presidente da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), Antonio Neto.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, acredita que o reajuste é importante para que o ciclo de crescimento econômico do País seja mantido. "Espero que haja sensibilidade por parte do novo governo em entender que é preciso continuar estimulando o consumo, por meio de melhores salários."

Benedito Marcílio completa perguntando "o que são R$ 70 a mais no bolso do aposentado, se tudo está mais caro? Alimentos, transporte, medicamentos, tudo está mais caro."

Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a elevação de R$ 1 do mínimo causa impacto de R$ 249,3 milhões na folha de benefícios da Previdência Social.

Arrecadação de tributos vai atingir R$ 1,4 tri neste ano

Os brasileiros passarão a pagar mais impostos durante este ano. Com base na previsão feita pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), em 2011 a arrecadação de tributos deve alcançar R$ 1,4 trilhão - índice 10% maior na comparação com 2010 - quando foi recolhido R$ 1,27 trilhão. Entre o ano passado e 2009, o crescimento no valor de impostos recolhidos foi de 16,44%.

Segundo João Olenike, presidente do instituto, as maiores tributações pagas no País incidem sobre artigos de consumo e a renda de trabalhadores. "Os impostos alimentam a máquina administrativa do governo."

Ele explica que, desde 1986, a criação de impostos tem sido grande no Brasil. Isso porque, a constituição possibilita a implementação de tributos, sem qualquer tipo de barreira.

A queda da informalidade entre as empresas também contribui para o aumento de arrecadação. "Quando o empresário se formaliza ele passa a pagar e recolher tributos de seus funcionários", exemplifica Olenike.




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