Memória Titulo História
São Paulo rumo ao 5º Centenário
Ademir Medici
25/01/2015 | 07:00
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 “Eu me lembro da primeira lanchonete. Era estranho o cardápio, com palavras novas, como sundae, milk-shake e hambúrguer”.

Marcelo Rubens Paiva, Folha de S. Paulo: 14-8-2001.

 

Escreveu o jornal O Estado de S. Paulo em editorial da edição de 25 de janeiro de 1955: ‘São Paulo inicia hoje o seu quinto centenário – o quarto comemorou-o com festas de toda ordem, dentre as quais se destaca a exposição das suas indústrias’.

Para comemorar o aniversário de 1955, São Paulo inaugurou, oficialmente, o Palácio Mauá, que por muitos anos foi sede das entidades da indústria paulista (Fiesp-Ciesp) e do Instituto de Engenharia.

Outra inauguração importante, em 23-1-1955, foi o Monumento à Mãe Preta, obra de Júlio Guerra, conquista do Clube 220, entidade que congregava agremiações negras do Estado de São Paulo.

Uma terceira obra inaugurada em 1955: o saguão do Aeroporto de Congonhas, que permanece o mesmo 60 anos depois.

Também em 1955 São Paulo fez a apresentação, neste dia, da casa do bandeirante, no bairro do Butantã, restaurada pela Comissão do IV Centenário (1554-1954).

 

O 25 de janeiro foi sempre marcado por grandes obras. Em 1945, por exemplo, a Biblioteca Municipal inaugurava a sua seção de arte, com discursos dos escritores Sérgio Milliet, diretor da biblioteca, e Aníbal Machado, presidente da Associação Brasileira de Escritores.

No mesmo dia, a FEI (Faculdade de Engenharia Industrial), padre Sabóia de Medeiros à frente, lançava a pedra fundamental do seu campus, no bairro do Jaguaré. Funcionaria na Rua São Joaquim, na Liberdade, mas o seu destino era a Linha Jurubatuba, hoje bairro Assunção, em São Bernardo.

 

Recuemos mais no tempo. Em 1920 o estado de espírito era outro, sintetizado em mais um artigo do Estadão: ‘Ao completar 366 anos, a cidade de São Paulo vence um qüinquênio pouco propício. A guerra européia, interrompendo a corrente migratória, e a epidemia da gripe, em 1918, foram as marcas maiores do período’.

 

O ponto alto dos festejos de 1935 foi a presença, na capital, dos fuzileiros navais da Armada Brasileira, ministro e almirante Protogenes Guimarães à frente. Os fuzileiros desfilaram na Avenida Paulista, visitaram o Museu Paulista, no Ipiranga, e durante a semana conheceram a represa da Light, a nossa Billings hoje cobiçada para servir água a outros mananciais nestes tempos de secura.

 

São Paulo, metrópole, mesmo na primeira metade do século passado, via-se às voltas com os problemas de trânsito.

Expandia-se o centro urbano do velho triângulo. Técnicos estudavam alternativas e no pós-guerra amadurecia a ideia da chamada conexão urbanística dos planos de remodelação da Capital.

Seriam avenidas circulares e radiais, as futuras “cinturas coletoras do movimento da cidade”. Já se pensava nas marginais dos Rios Tietê e Pinheiros e em vias expressas como as Radial Leste e 23 de Maio. Mas ainda não se falava no futuro Elevado Costa e Silva, popularmente chamado de “Minhocão”.

 

A metrópole paulista. Uma história diretamente ligada ao Grande ABC, com todos aqueles personagens que lemos nos livros escolares:

Saídos de São Vicente, em princípios de janeiro de 1554, 13 jesuítas, dirigidos pelo padre Manuel de Paiva e auxiliados pelos caciques Tibiriçá e Caiubi, levantam no dia 25 uma cabana de palha no limitado planalto formado pelo Rio Tamanduateí e pelo Ribeiro Anhangabaú. Data consagrada pela Igreja Católica para comemorar a conversão de São Paulo.

Ai foi rezada a primeira missa e fundado o Colégio dos Trabalhos Apostólicos, destinado à catequese e instrução dos índios.

Tibiriçá postou-se com a sua tribo junto à confluência dos dois cursos de água, onde está atualmente o Mosteiro de São Bento, ocupando o velho Caiubi e os seus a parte sul, a fim de guardar o caminho que conduzia a São Vicente, passando por Santo André.

 

Em 25 de janeiro de...

– João Paulo de Oliveira nasce em Piraporinha, Freguesia de São Bernardo, hoje Município de Diadema. Foi o responsável pelas festas em honra ao padroeiro do bairro, Bom Jesus. E manteve duas olarias no vale do Rio dos Couros. Faleceu em 1947.

– A guerra. Da manchete do Estadão: ‘Batalha naval no Mar do Norte’.

Terminam as férias para as escolas isoladas do Estado de São Paulo.

Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo inicia os seus trabalhos para o ano de 1915.

Comendador Ermelindo Matarazzo falece num desastre automobilístico em Bruzolo, Itália, perto de Turim. Fica ferido o irmão Giuseppe. Eram filhos do conde e industrial Francesco Matarazzo.

Inaugurada a nova praça de esportes da Associação Portuguesa de Esportes, no bairro do Cambuci. O campo, remodelado, pertencera à União Artístico-Recreativa do Cambuci. São disputados dois jogos: na preliminar, Germânia 5, Portuguesa 1; na partida de fundo, Corinthians, campeão da cidade, 4, Brás Atlético 0.

Prefeitura constrói coreto na Praça do Carmo, em Santo André.

Autorizada a ampliação dos cemitérios de São Bernardo (Vila Euclides) e Santo André (Vila Assunção). No cemitério de São Bernardo será construído um necrotério. A capela será reformada.

Em Rio Grande (da Serra), o morador Guilherme Monteiro doa à Prefeitura de São Bernardo uma área de 7 mil m² para a construção do novo cemitério. O engenheiro da prefeitura demarca a avenida que do Largo da Matriz irá até a futura necrópole.

 

Diário há 30 anos

Sexta-feira, 25 de janeiro de 1985 – ano 27, nº 5732

MANCHETE – Justiça Federal suspende as nomeações do Senado.

ENCHENTES – Chuvas derrubam casas e desabrigam 32 em Santo André.

ESPECIAL (A Periferia – V) – Sandra Fuzetto escreve: Mauá faz improvisação.

AUTOMOBILISMO (Marco Piquini) –Veja como fazer um bom negócio com carro usado.

 

Hoje

Dia do Carteiro. A data foi escolhida porque representa o início oficial do correio brasileiro como organismo oficial, em 25-1-1663. Até então, o serviço de entrega de correspondência era privilégio de alguns membros da Corte Real. Mesmo assim, a correspondência era somente entre Portugal e Brasil, e toda carta era interceptada primeiramente para a metrópole.

Dia Mundial do Hanseniano.

 

Santos do dia

Conversão de São Paulo. O martírio de São Paulo é celebrado junto com o de São Pedro, em 29 de junho, mas sua conversão tem tanta importância para a história da Igreja que merece uma data à parte. Neste dia, no ano 1554, deu-se também a fundação da que seria a maior cidade do Brasil, São Paulo, que ganhou seu nome em homenagem a tão importante acontecimento.

Juventino

Apolo




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