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Caixa amplia recursos para imóveis
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
31/01/2004 | 19:55
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A Caixa Econômica Federal ampliou seu orçamento para financiar imóveis com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para 2004. Na carta de crédito individual FGTS, principal linha da instituição para financiar imóveis, houve ampliação de 65%, de um total de R$ 1,89 bilhão em 2003 para R$ 3,05 bilhões que a Caixa deverá aplicar neste ano no país. Para o Grande ABC, a expansão deverá ser da mesma proporção, o que significará destinar cerca de R$ 80 milhões para essa linha, segundo o EN (Escritório de Negócios) do banco. No primeiro semestre, serão R$ 41 milhões e a meta é chegar a 1,2 mil novos financiamentos nesse período na região.

A ampliação do orçamento com recursos do FGTS foi um dos principais fatores que levaram a Caixa a elevar o limite de financiamento do imóvel usado de 50% do valor de venda – teto praticado em 2003 – para 70% a partir do início deste ano, segundo o gerente de negócios do EN do Grande ABC, Everaldo Coelho da Silva. Ele afirmou que a redução inicial, no ano passado, ocorreu em função da limitação dos recursos, em função de um contingenciamento. “Agora se poderá atender a mais pessoas que tinham interesse mas não tinham recursos (para dar os 50% à vista)”, disse. Ele explicou que no primeiro semestre, pelo crédito individual, serão R$ 12,25 milhões para financiar imóveis usados, R$ 17,4 milhões para novos e outros R$ 11 milhões para os empreendimentos em construção, adquiridos na planta.

Ânimo – A expansão do orçamento para a habitação pela Caixa – que é a principal instituição do país em crédito habitacional – pode injetar algum ânimo no mercado imobiliário, segundo o vice-presidente do Secovi (Sindicato da Habitação) e presidente da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras de Condomínio do Grande ABC), Milton Bigucci.

Bigucci afirmou que em 2003 a queda do mercado foi expressiva. De acordo com dados do Secovi, houve uma retração estimada em 15% no volume de vendas de moradias em relação ao ano anterior e um índice de velocidade de vendas (unidades comercializadas sobre o total ofertado pelo mercado) projetado de 7,3% na cidade de São Paulo, o mais baixo desde 1992.

A retração no mercado de imóveis registrada pela entidade do segmento ocorreu apesar do aumento na oferta de crédito imobiliário com recursos da caderneta de poupança, do SFH (Sistema Financeiro da Habitação) no ano passado. Em 2003, de acordo com dados da Abecip (Associação Brasileira de Empresas de Crédito Imobiliário e Poupança), foram 36.444 unidades financiadas pelo SFH, alta de 26,08% frente a 2002, e um volume de R$ 2,2 bilhões desembolsados nos financiamentos no ano, crescimento de 25,38%.

Para o vice-presidente da Acigabc, Milton Casari, esses números ainda são incipientes. O volume de R$ 2,2 bilhões é ínfimo se comparado ao saldo em caderneta de poupança, que totalizou cerca de R$ 115 bilhões no país em 2003. Além disso, de acordo com o Secovi, o déficit habitacional no país chega 6,6 milhões de moradias, e no Grande ABC é de 90 mil residências.




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