Para entender como a Honda se mantém como líder de mercado no segmento de motocicletas, com 80,1% de participação no País, é importante conhecer a logística japonesa desenvolvida na Zona Franca de Manaus. Inaugurada há 31 anos, a fábrica acaba de completar a marca de 10 milhões de motos produzidas no País.

Como na região não havia fornecedores de motopeças e o custo logístico de trazer componentes de outras localidades, como o Grande ABC, era muito alto (e ainda é), foi necessário construir mais duas empresas dentro do complexo de 661 mil m² – o maior da Zona Franca. A primeira é responsável pela produção dos escapamentos, rodas, guidões, assentos, chassis e rolamentos e a segunda por fabricar dispositivos e ferramentas.

“Para transportar os componentes, é preciso levar por rodovia ou ferrovia todo o material até Belém (PA) e de lá transportar por meio de balsa para Manaus”, explica o diretor de relações institucionais da Honda, Paulo Takeuchi. Ou seja, mesmo as motos prontas precisam viajar de balsa.

“Sairia muito caro para nós transportar as peças grandes, como motor, assento, escapamento etc. Então, nós mesmo os produzimos”, comenta.

Assim, o processo da Honda se tornou um ousado plano logístico. Primeiramente, os moldes das peças são desenvolvidos. Depois, os componentes são produzidos de forma que já entram na linha de produção juntamente com as peças de fornecedores externos. Este é o chamado just in time, em que não há estoques.

Ao todo, 6.000 motocicletas devem sair da linha diariamente. Um ao lado do outro, cada funcionário é responsável pela montagem de uma parte da moto. Por esse motivo, se um atrasa, o processo pára. O perfeccionismo da empresa é refletido nos uniformes brancos dos metalúrgicos: ao final do dia, todos continuam impecáveis.