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Mineirão vê vexame
histórico e adeus ao hexa

Irreconhecíveis, os brasileiros se desequilibram
emocionalmente e sofrem massacre da Alemanha

Anderson Fattori
Enviado a Belo Horizonte
09/07/2014 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


Nem o mais pessimista dos brasileiros podia prever o que ocorreu ontem no Mineirão. A Seleção anfitriã, pentacampeã do mundo, se apequenou diante da Alemanha e sofreu a pior derrota da história. Klose e Müller cravaram apenas 7 a 1, aproveitando-se de rival desestabilizado emocionalmente e que envergonhou os cerca de 58 mil torcedores no estádio – assim como o Maracanazo da Copa de 1950, ontem tivemos um Mineirazo. A goleada é a nona maior de todas as Copas. Além disso, o resultado representou outras importantes marcas (leia mais na página 5).

A Alemanha vai final e espera o vencedor de Argentina e Holanda, que jogam hoje, às 17h, em São Paulo. Resta ao Brasil lutar pelo terceiro lugar.

David Luiz subiu ao campo com a camisa 10, a usada por Neymar nas mãos. Era como se o capitão quisesse homenagear o companheiro que estava fora de batalha, mas ao mesmo tempo era evidência de que o grupo não havia superado a perda.

Assim que a bola rolou isso ficou claro. Mesmo nos raros momentos em que o Brasil teve a posse de bola, os jogadores não sabiam o que fazer. No desespero, David Luiz arriscava lançamentos para Hulk ou Bernard, mas a cada tentativa, a saudade do camisa 10 aumentava.

A torcida passou a sentir falta de outro jogador aos dez minutos. Após escanteio, Müller finalizou sozinho, aproveitando a desorganização da defesa, que não teve o líder Thiago Silva.

O que se viu a partir daí foi inexplicável. O Brasil perdeu o foco e mostrou desequilíbrio emocional, enquanto a Alemanha fez o que quis. Aos 22, Klose conseguiu o que tanto perseguia. Recebeu na área e tentou por duas vezes até vencer Julio Cesar e marcar o seu 16º gols em Copas, ultrapassando o brasileiro Ronaldo.

Como boxeador na lona, o Brasil sofreu mais três gols consecutivos: Kross, aos 24 e aos 25, e Khedira, aos 28. O torcedor assistia a tudo perplexo.

A goleada de 5 a 0 fez com que tudo mudasse. A esperança virou pesadelo e muitos torcedores foram embora. Os que ficaram mudaram o foco e entoaram gritos contrários à Fifa e à presidente Dilma Rouseff (PT).

O Brasil perdeu três chances para marcar no no segundo tempo. Foi o último suspiro de uma Seleção que viu a Alemanha fazer mais dois com Schürrle aos 23 e aos 33. Oscar, aos 45, diminuiu para 7 a 1, mas não apagou a noite mais trágicas da história do futebol brasileiro.




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